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A atriz Priscila Nicolielo Mengozzi sob a direção de Marcelo Rubens Paiva | Divulgação
A atriz Priscila Nicolielo Mengozzi sob a direção de Marcelo Rubens Paiva| Foto: Divulgação

Conexão Roosevelt

Além de participar da Mostra 2011 com O Último Stand-Up, o diretor Ivam Cabral fez a curadoria da Conexão Roosevelt, uma pequena mostra do que a cena teatral paulistana viveu nos últimos dez anos. "O grande objetivo é mostrar um pouco do que se passa na Praça Roosevelt, onde estamos trabalhando uma nova dramaturgia. Provavelmente, daqui a 50 anos, esse movimento será importante no teatro brasileiro. E queremos que Curitiba participe disso", diz Ivam. (HC)

Processando...

Murro em Ponta de Faca, um ensaio aberto com Paulo José, é uma das belas surpresas da Mostra Novelas de Todos os Cantos. O público é testemunha ocular da direção e atuação de Paulo José, durante o processo de montagem da peça escrita por Augusto Boal em 1978. O texto registra a realidade das ditaduras latinas e a rotina de brasileiros exilados. A escolha do material é uma homenagem à vida e obra de Boal, morto em 2009. (GA)

A mostra Fringe deste ano chega com 373 montagens e a tradicional avalanche de informação, técnicas e estudos cênicos. O melhor filtro para a mostra paralela sempre foi o boca a boca espalhado pelas bilheterias, filas e corredores do festival. Ouvidos atentos são itens obrigatórios na lista de quem pretende aproveitar ao máximo as diversas opções. A liberdade sempre foi o grande diferencial da mostra e o público pode sair (ou não) beneficiado por isso. Tem para todos os gostos, dos textos mais audaciosos e transgressores, até a comédia pastelão. Você também pode conferir a programação das diversas mostras temáticas, que já há alguns anos servem como norte para espectadores vorazes.

Divas e dinossauros

As novidades ficam por conta da mostra Novelas de Todos os Cantos (com curadoria de Léo Salinger e a presença do ator e diretor Paulo José), e Conexão Roosevelt (leia mais ao lado), com a vanguarda paulistana e a curiosa possibilidade de testemunhar o escritor Marcelo Rubens Paiva e o dramaturgo Mário Borto­lotto, dirigindo montagens que não são de suas autorias.

Em Lá Fora, Algum Pássaro Dá Bom Dia, Rubens Paiva orquestra as distorcidas ideias de uma jovem garotinha que se apaixona pelo carteiro, em um monólogo escrito e protagonizado por Priscila Nicolielo Mengozzi. "Eu já tinha recebido outros convites, mas me apaixonei pelo texto da Priscila. Achei a minha cara", revela Rubens Paiva em entrevista à Gazeta do Povo. Ele encara a direção de um material escrito por outra pessoa como uma nova etapa da carreira e comenta que pode "fazer o teatro que eu gosto de assistir, mais sutil e verdadeiro, e menos canastrão. O texto é mais importante que o ator e diretor. A dramaturgia tem que contar uma história", conclui.

Situação parecida encontrada por Bortolotto na condução de Como Ser uma Pessoa Pior, com a atriz Lulu Pavarin e o debate individual sobre os vícios modernos na inversão de valores em materiais de autoajuda. A autoria é de Germano Mello e Michelle Ferreira e a peça também é uma homenagem aos 25 anos de carreira de Pavarin.

A boa relação profissional entre Rubens Paiva e Bortolotto não é nenhuma novidade, "a gente fala pouco sobre técnicas teatrais e nos entendemos no olhar. Somos teimosos com nossas obras e falamos o que pensamos, sem nos preocuparmos com o teatro comercial", finaliza Rubens Paiva.

Todos os gostos

As opções do Fringe estão espalhadas por diversos pontos da cidade. Desde a contestadora Mostra em Questão, no Centro Cultural Boqueirão, até as novidades locais escaladas para a mostra Outros Lugares, com a maioria das peças realizadas no Teatro da Caixa, na região central da cidade.

O Teatro Universitário de Cu­­ritiba (TUC) continua como sede do Coletivo de Pequenos Conteú­dos. Organizado pela Companhia Transitória e um dos destaques do festival do ano passado por apresentar as novas pesquisas de companhias curitibanas. Este ano eles também utilizam a Praça Santos Andrade com a montagem Espaço Outro e o intrigante desafio de fazer o público assimilar uma inesperada paisagem urbana enquanto estão dentro de uma caixa acrílica instalada no local.

A exploração dos limites da realidade cênica está na mostra Novos Repertórios, realizada no Espaço Dois. Relações urbanas e angústias contemporâneas são o foco de montagens como Com Amor e Café Andaluz, das companhias Teatro de Breque e A Armadilha, respectivamente. Também participam as companhias Pausa, Clepsidra e Dezoito Zero Um.

Palhaços e o método clown estão na Mostra Seu Nariz, com opções para todas as idades e a participação de companhias estrangeiras em novas técnicas artísticas.

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