Curitiba ganha duas novas exposições, nesta terça-feira (16): uma é o enquadramento da intervenção urbana de Tom Lisboa, e outra são instalações de um trio paulista. O artista curitibano Tom Lisboa volta à cena com a exposição "Polaroides (in)visíveis mapeando um novo olhar para Curitiba" na Galeria da Caixa. A mostra, que teve início em 2005, como uma intervenção urbana, será aberta no espaço localizado na região central da capital paranaense. A mostra apresenta "polaroides conceituais" de papel sulfite amarelo, que trazem um texto no lugar na imagem, e revelam para quem lê, detalhes quase imperceptíveis do ambiente que o cerca. Frases como "Encoste sua nuca neste telefone e aprecie o enquadramando formado pela cúpula do orelhão", estão entre as mensagens.
Durante quinze dias, no último mês de setembro, pontos de ônibus e orelhões de oito bairros de Curitiba receberam 100 novas "polaroides (in)visíveis", que se juntaram às outras 18 feitas no centro, em 2005.
Por serem fixadas com fita crepe, a duração destas obras no espaço urbano é efêmera. Pensando nisso, Lisboa desenvolveu outros espaços que possibilitam a continuidade da intervenção: o virtual e o editorial. Um site e um catálogo (transformado em guia de visitação das polaroides (in)visíveis) trazem todas as polaroides e seus locais exatos de colocação. Basta consultar um destes dois espaços, seguir o trajeto percorrido pelo artista e ver as imagens pela cidade. "Neste caso, a publicação e o site não são meros registros documentais, mas a própria intervenção em potencial. Eles existem para serem utilizados, não apenas colecionados", afirma Lisboa.
O quarto espaço do trabalho é a própria Galeria da Caixa, que reunirá pela primeira vez as 100 polaroides (in)visíveis criadas, divulgará o site da intervenção e distribuirá os guias de visitação. Em comum, todos os espaços dividem o mesmo conceito: nunca entregar imagens prontas para o espectador. Neste sentido, Tom Lisboa, que nunca fotografa as imagens que escreve em suas polaroides, conclui: "Não revelar significa não impor um ponto de vista. A inexistência da imagem nos ajuda a refletir sobre seus próprios mecanismos de construção".
MAC
No Museu de Arte Contemporânea de Curitiba (MAC), os artistas plásticos paulistas Luciana Ohira e Sérgio Bonilha abrem a exposição "Expansões Contráteis", também na terça-feira. Serão apresentadas três instalações feitas pela dupla, que compreendem performance e intervenção. O título de cada trabalho dá uma pista do que o público pode encontrar: "Proposta de ocupação máxima/mínima do espaço", que discute o paradoxo entre volume e visibilidade; "Nossas impressões", feitas com carimbos e óleo que espalham as digitais dos artistas por todo espaço; e "Nunca ouvi vocês assim". A mostra tem entrada franca e permanece até dia 18 de novembro. As obras procuram aliar a poética de materiais como martelo e pregos, carretel de barbante e máquinas fotográficas às limitações e inviabilidades do fazer artístico. Para os artistas, a incessante oferta de informação a espectadores ávidos por entretenimento aliena a cultura da contemporaneidade, com o pretexto de novidade.
Confira as exposições em cartaz no Guias e Roteiros
Serviço: "Polaroides (in)visíveis mapeando um novo olhar para Curitiba", por Tom Lisboa. Abertura terça-feira (16) às 19h30. Visitas de terça à quinta das 10h às 19 horas e sexta à domingo das 10h às 21 horas. Galeria da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280) Tel.: 2118-5114. Entrada franca. Até 11 de novembro.
"Expansões Contráteis", exposição dos artsitas plásticos Luciana Ohira e Sérgio Bonilha. Abertura nesta terça-feira (16) às 18h30. Visitas de segunda a sexta-feira das 9h às 17 gioras, sábados das 9 às 14 horas. Museu de Arte Contemporânea do Paraná - MAC (Rua Desembargador Westphalen, 16) Entrada franca. Até 18 de novembro.
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