Em um período especial para a produção nacional, com uma safra interessante de novos filmes, tem início hoje a 38.ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o mais importante do gênero no país. O tradicional evento comemora 40 anos de história – foi criado em 1965, em meio ao conturbado período inicial da ditadura, que foi responsável direta pela não-realização da mostra em dois anos –, mas ainda não há qualquer celebração anunciada para lembrar a data.

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O festival da capital federal aposta este ano no ineditismo de seis longas-metragens concorrentes aos troféus Candango, deixando de lado ótimas produções que se destacaram nas mostras de São Paulo e Rio de Janeiro – algumas delas já disponíveis nas salas de cinema, como Cidade Baixa, de Sérgio Machado (em cartaz em Curitiba), e Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes; outras têm estréia marcada para janeiro de 2006, como Crime Delicado, de Beto Brant, e A Máquina, de João Falcão.

Estreantes em direção de longa, o ator Roberto Bomtempo e o jovem cineasta carioca Gustavo Acioli lançam em Brasília, respectivamente, Depois Daquele Baile e Incuráveis. Eles concorrem com os experientes Ruy Guerra, de O Veneno da Madrugada, e Edgar Navarro, de Eu Me Lembro; com o jornalista Evaldo Mocarzel, que representa o prestigiado gênero documental com À Margem do Concreto; e com o brasiliense José Eduardo Belmonte, que apresenta A Concepção, seu segundo longa.

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A cerimônia de abertura do Festival de Brasília 2005, programada para logo mais à noite, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro, destacará a apresentação hors-concours para convidados do documentário Oscar Niemeyer, A Vida É um Sopro, do paulista Fabiano Maciel, homenagem ao criador do projeto arquitetônico da capital. Outro filme fora de competição está programado para o encerramento do evento: O Profeta das Águas, documentário do também paulista Leopoldo Nunes.

A competição de curtas-metragens em 35mm reúne 12 títulos dos estados da Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal. A mostra de 16mm selecionou 19 filmes do Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A participação paranaense no festival acontecerá no júri da mostra de filmes em 35mm: a atriz Simone Spoladore e o diretor Sylvio Back (catarinense que desenvolveu boa parte da carreira no Paraná) analisam os longas e curtas-metragens da bitola ao lado de Di Moretti (roteirista), Érika Bauer (cineasta), Inimá Simões (jornalista e escritor), João Jardim (documentarista) e Luiz Carlos Merten (jornalista e crítico de cinema).

Além dos troféus, a mostra candanga vai distribuir mais de R$ 400 mil em diversas categorias de premiação. A programação do evento conta ainda com mostras paralelas, lançamentos de DVDs e livros, debates, seminários e palestras.