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Ed Sheeran ganhou dois Brit Awards neste ano. Birdy tem apenas 16 anos e gosto musical de gente grande | Divulgação
Ed Sheeran ganhou dois Brit Awards neste ano. Birdy tem apenas 16 anos e gosto musical de gente grande| Foto: Divulgação
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CDS

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Ed Sheeran. Warner. R$ 22,90. Folk. GGG1/2BirdyBirdy. Warner. R$ 22,90. Pop. GGG1/2

Deve haver algo diferente na água que os britânicos bebem. Só mesmo algo assim, inusitado, explicaria a capacidade do Reino Unido de renovar sua música pop. Basta uma olhadela nas listas dos melhores discos de cada ano, ou nas paradas de álbuns e singles, para perceber a presença marcante de artistas estreantes, muitos deles com qualidades que vão bem além do meramente formulaico, feito para alimentar a indústria cultural.

VÍDEOS: Assista aos clipes de Birdy e Ed Sheeran

Os jovens cantores Birdy e Ed Sheeran se encaixam nessa categoria de "revelações", que vieram à tona comercialmente nos últimos 12, 18 meses, e tomaram de assalto o cenário musical britânico. O mais incrível é que Birdy tem (pasmem!) apenas 16 anos e ele, 21. Para quem crê que música jovem vai além de baboseiras fabricadas em laboratório, como Justin Bieber e Selena Gomez, tanto Birdy quanto Ed são verdadeiros bálsamos para ouvidos um pouco mais exigentes.

Etérea

Revelada em 2008, aos 12 anos, pelo Open Mic UK, concurso britânico de talentos que venceu, batendo cantores bem mais velhos, Birdy impressionou por suas opções musicais: seu primeiro single, lançado quando tinha 14 anos, foi uma versão de "Skinny Love", canção da banda folk norte-americana Bon Iver, Grammy de artista revelação deste ano, cuja marca registrada é o intimismo e o lirismo de canções invernais e instrospectivas. Bem ao gosto de Jasmine van den Bogaerde, nome de batismo de Birdy, cujo autointitulado álbum de estreia, inteiro de covers, acaba de sair no Brasil pela Warner.

A opção por gravar canções de outros artistas faz sentido: Birdy tem músicas de autoria própria, mas preferiu amadurecer seu lado de compositora, antes de trazê-lo à tona. Mas, a julgar por suas escolhas para o repertório do disco, bom gosto não lhe falta, não.

Além da já citada releitura de "Skinny Love", Birdy impressiona ao emprestar seu timbre ao mesmo tempo delicado e cheio de alma – que lembra suas conterrâneas Adele (na carga emocional que empresta a algumas interpretações) e Kate Bush (em seus momentos mais etéreos, que não são poucos) – a canções como "1901", da banda francesa Phoenix, e o clássico "Fire and Rain", de James Taylor.

Os arranjos, que flutuam entre bases eletrônicas e tratamentos mais acústicos, têm o piano, instrumento que Birdy toca bastante bem, como sonoridade central. E não faltam pontos altos ao álbum, mas "Winter White Hymnal", dos americanos do Fleet Foxes, e, principalmente, o single "Shelter", delicada composição da banda indie inglesa The xx, são os exemplos mais cristalinos do que a cantora poderá fazer no futuro.

Ruivão

Natural de Halifax, cidade do norte da Inglaterra, Ed Sheeran já é um artista "consagrado". Não apenas quanhou em casa quatro discos de platina com seu álbum de estreia, +, como venceu dois Brit Awards neste ano: nas categorias de artista revelação e melhor artista solo britânico do ano. Nada mal para um rapaz de 21 anos que há muito pouco tempo estava tocando em bares e pequenas casas de shows de Londres, para onde se mudou em 2008, e neste mês já foi visto cantando no concerto comemorativo ao Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth II.

Seguindo uma tendência já tradicional na música britânica desde os anos 60, Sheeran – assim como Joe Cocker, Amy Winehouse e James Morrison, seu ídolo confesso – tem forte conexão com a música negra norte-americana, sobretudo o soul e o R&B, mesclado organicamente com o folk, o que também o conecta, em certa medida, com as sonoridades de Birdy.

Na concerto em homenagem à rainha, em que dividiu o palco com veteranos do calibre de Paul McCartney e Elton John, Sheeran cantou "The A Team", que lhe deu o concorrido Ivor Novello Award de melhor canção do ano. Confessional e engajada, a música segue à risca a cartilha da boa canção pop britânica, contando uma história, no caso a experiência que o artista teve ao cantar em um evento em benefício de moradores sem-teto de Londres quando tinha apenas 18 anos. A música chegou ao Top 10 na Austrália, Alemanha, Irlanda, Japão, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Holanda e, é claro, no Reino Unido, onde Sheeran já emplacou outros três singles de + desde o ano passado, "You Need Me, I Don’t Need You", "Lego House" e "Drunk", todas ótimas canções. Chegou agora a vez de o Brasil conhecê-lo.

Birdy – Veja o clipe "Shelter", com Birdy

Ed Sheeran - Assista ao clipe acústico de "The A Team" com Ed Sheeran

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