O maestro Alceo Bocchino, em foto de arquivo| Foto: José Gomercindo / Divulgação

Biografia

Saiba mais sobre o maestro Alceo Bocchino:

1918 – Nasce em 30 de novembro, em Curitiba.

1923 – Com menos de 5 anos, faz a primeira apresentação ao piano.

1939 – Forma-se bacharel em Direito, mas opta pela carreira de músico.

1946 – Muda-se para o Rio de Janeiro, depois de passar por São Paulo e Santos (SP).

1961 – Participa da fundação da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC – hoje Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense (OSN-UFF) – e torna-se diretor artístico do grupo por cerca de 15 anos.

1963 – Passa a atuar como maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).

1985 – Participa da criação da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP).

Fim dos anos 2000 – Na faixa dos 90 anos, atua principalmente como professor do Instituto Villa-Lobos.

Fontes: Gulnara Bocchino e blog Falando de Música (www.gazetadopovo.com.br/blog/falando-de-musica), do maestro Osvaldo Colarusso.

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O maestro, pianista e compositor curitibano Alceo Bocchino morreu anteontem pela manhã, aos 94 anos, vítima de uma falência múltipla de órgãos em decorrência de complicações pulmonares. O estado de saúde do músico – um dos fundadores da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP), da qual se tornou maestro emérito – piorou ao longo dos últimos dez dias. Ele faleceu ao lado da esposa e das duas filhas em sua casa, no Rio de Janeiro – cidade onde morava desde 1946 e onde realizou alguns dos principais feitos de sua carreira, como a fundação da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC (hoje Orquestra Sinfônica Nacional).

A filha mais velha, Gulnara Bocchino, conta que as manifestações de pesar de músicos importantes de todo o país, como os pianistas Nelson Freire e Miguel Proença, chegam ininterruptamente desde que o falecimento foi comunicado. "Ele sempre realizou muitos concertos, especialmente como pianista e acompanhador. Era o preferido de muitos intérpretes", conta Gulnara, que é professora e radialista.

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O maestro Norton Morozowicz, colega de Bocchino na Academia Brasileira de Música, também destaca essa faceta do curitibano. "Ele acompanhou grandes cantores, como [o tenor italiano] Tito Schipa. Era um músico com uma capacidade incrível e grande facilidade para acompanhar solistas", lembra Morozowicz, que se apresentou como flautista sob regência de Bocchino na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). "Fizemos juntos a célebre turnê de 1974 na Europa", lembra.

O coordenador de programação e produção da Rádio MEC FM, Marcelo Brissac, lembra que Bocchino também pode ser considerado um militante da difusão da música clássica no rádio. "Ele foi mais um companheiro que enfrentou as agruras de ter uma rádio que só toca música clássica", diz Brissac. A emissora tem um estúdio sinfônico que leva o nome do maestro.

Paraná

Nascido em 1918, em Curitiba, só na década de 1980 voltou a ter papel de destaque na cultura paranaense. Ele foi um dos personagens mais importantes para a criação da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP), da qual se tornou maestro emérito, conforme explica Osvaldo Colarusso – primeiro maestro titular da orquestra.

"O maestro não morava em Curitiba, mas ajudou bastante porque era um homem de um prestígio muito grande. Isso permitiu que a OSP, que funcionava em condições bem ruins no início, quando foi criada pela [violinista] Eleni Bettes em 1985, pudesse exigir condições melhores", explica Colarusso, que também destaca as composições de Bocchino. "Apesar de ser mais maestro que compositor, ele foi, realmente, um dos melhores compositores nascidos no Paraná", diz.

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Rubens Farias, violista da OSP, lembra que o sucesso de Bocchino em diversas áreas era uma de suas principais características. "Ele também foi muito eclético na área musical. Poucos músicos tiveram trânsito em tantas áreas como ele", diz Farias.