Você sabia que Pepsi significa Pay Every Penny Support Israel (algo como pague todo penny em apoio a Israel)? Ou que Rupert Murdoch é judeu? Essas são apenas duas das declarações mais bizarras proferidas por extremistas políticos e cidadaos comuns num novo documentário sobre a mãe de todas as teorias da conspiração: "Os protocolos dos sábios de Sion".

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"Os protocolos" são um documento falso que pretendia recontar detalhes de uma conferência judaica no fim do século 19 na qual teriam se discutido planos para derrubar a cristandade. A falsificação apareceu primeiro na Rússia em 1905 e rapidamente se tornou uma clássica defesa do anti-semitismo.

O documento completa o seu centenário este ano com sinais de conquistas de novos adeptos, graças aos avanços na disseminação eletrônica do século 21.

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- Em determinado ponto, pensei que talvez o humor fosse a melhor maneira de lidar com isso - disse o diretor Marc Levin, a respeito do novo filme.

Em seu currículo, há mais de 25 filmes, entre documentários e ficção.

- Pensei que talvez devesse pegar 12 velhos comediantes judeus, você sabe, Mel Brooks e Carl Reiner, para sentar numa mesa e fazer piada com 'Os protocolos'.

Mas Levin ficou furioso quando soube que "Os protocolos" haviam sido encenados para a televisão egípcia e publicados por um jornal árabe-americano em Nova Jersey.

Apenas no ano passado, a gigante americana Wal-Mart Inc. retirou "Os protocolos" de seu site, onde era colocado venda com uma sugestão de que o texto famoso podia ser genuíno.

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Determinado a fazer um documentário sério, o diretor foi advertido por muitos judeus de que com o projeto ele iria apenas alimentar mais o ódio.

- A reação inicial deles era: 'Você deve queimar esse livro. Você deve enterrá-lo. A última coisa que você deve fazerum documentário sobre ele - contou Levin.

Em vez disso, Levin seguiu o seu projeto de expor muitas das mentiras impregnadas nos "Protocolos" e encontrou um público receptivo a ele dentro de um amplo espectro, indo dos defensores da supremacia branca aos nacionalistas negros.

O longa-metragem, entitulado "Protocols of Zion" ("Protocolos de Sion"), estreou no mês passado em cinemas de arte em Nova York e Los Angeles e será exibido na televisão a cabo HBO na primavera do Hemisfério Norte.

Críticos de cinema elogiaram o diretor por ele ter ouvido participantes de programas de rádio, jovens palestino-americanos irados e agitadores de rua, incluindo um afro-americano de Manhattan que pergunta "Você não sabe que 33 centavos de toda garrafa de Pepsi que você compra vai para Israel?".

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O diretor viajou para uma base em West Virginia da National Alliance, organização neonazista cujo líder, Shaun Walker, declarou que o magnata da mídia nascido na Austrália Rupert Murdoch é judeu.

"O quê?", responde Levin, sem acreditar. "Temos todos os artigos que eles estão publicando nos jornais australianos sobre a ascendência judaica dele", replica Walker.

Murdoch, é claro, não é judeu, e alguns observadores sugerem que Levin está apenas ajudando a amplificar tais afirmações ao lhes dar voz no filme.

O historiador cultural e escritor Bill Adler, que se posicionou contra o anti-semitismo na cena hip-hop, fez outra crítica ao filme de Levin.

- Não acredito que o anti-semitismo seja esse tipo de incêdio florestal mundial raivoso que o filme passa a impressão - disse Adler. - Ele falou com caras extremistas e eles vão dizer as coisas tolas e odiosas de sempre e um filme cheio disso vai distorcer sua percepção sobre a realidade do tamanho do anti-semitismo no mundo. Não é tão ruim.

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