Os músicos Vina Lacerda, Julião Boêmio, André Prodossimo e Denis Mariano integram a Orquestra de Cordas de Curitiba| Foto: Diovulgação/FCC

Após a tumultuada edição do ano passado, em que mais de 60 mil pessoas se aglomeraram no estreito corredor do Sambódromo, zona norte de São Paulo, para conferir a performance da banda inglesa Prodigy – superlotação que resultou em inúmeros furtos e atendimentos médicos, além de muita histeria e confusão – a oitava edição do Skol Beats foi realizada no último fim de semana com o objetivo de voltar às raízes originais. Ou seja, apresentar a diversidade efervescente da música eletrônica, deixando um pouco de lado a pretensão do título de "maior festival do mundo" no gênero.

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Dividido em dois dias, o novo formato do festival, além de apresentar uma escalação que não privilegiava grandes representantes do mainstream eletrônico, "caprichou" no preço dos ingressos – que, nos dias do evento custavam R$ 140 e R$ 70 (meia-entrada) – a fim de diminuir o número de público e proporcionar mais conforto aos presentes. O resultado foram duas noites relativamente tranqüilas, com a presença total de 39, 6 mil pessoas – 14, 6 mil na sexta-feira e 25 mil no sábado –, número que, apesar de bem abaixo do esperado pela produção (a expectativa inicial era de 50 mil pessoas ao todo), foi suficiente para encher as platéias do três palcos de cada dia do evento, de maneira que o público tivesse espaço suficiente para exercer sem incômodos o principal intuito do gênero musical: dançar.

A nova proposta entretanto, dividiu opiniões. Muitos sentiram falta de um nome de destaque no line-up do festival, com apresentações de grandes estruturas como as trazidas por Prodigy, Faithless, Basement Jaxx, Fischerspooner e 808 State em edições anteriores. Houve também os que reclamaram da distribuição das atrações entre os três diferentes espaços e dos horários destinados a cada uma delas – algumas das apresentações mais esperadas aconteceram após às 5 horas, e não foram raros casos de pessoas que, ao chegarem na portaria apenas neste horário, tiveram de lidar com a antipatia e a resistência dos seguranças. Isso sem citar a despropositada publicidade do evento, toda inspirada em elementos asiáticos (para se ter uma idéia, os folhetos com a programação do evento tratavam o público como "ninjas da noite") sendo que a escalação de 29 atrações internacionais não contou com a presença de sequer um representante oriental.

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Queixas à parte, fato é que em termos de infra-estrutura, a oitava edição do Skol Beats foi impecável. Desta vez, o público não sofreu com falta d’água, número reduzido de banheiros ou término precoce da cerveja patrocinadora. O espaço de 140 mil metros quadrados deu conta de acomodar a todos. Tanto que era até possível encontrar cadeiras para descanso entre uma atração e outra. Uma verdadeira façanha.