"Harry Potter e a Ordem da Fênix", quinto filme da milionária franquia baseada nos livros da escritora J. K. Rowling, aprofunda o tom sombrio na personalidade do jovem mago, vivido desde a infância pelo ator britânico Daniel Radcliffe.

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O filme tem estréia mundial nesta quarta-feira (11), inclusive no Brasil, com cópias dubladas e legendadas.

Dirigido pelo britânico David Yates e com roteiro de Michael Goldenberg, que ainda não tivera experiência com a série, "Harry Potter e a Ordem da Fênix" é movimentado por acontecimentos sinistros.

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Logo no começo, Harry enfrenta a ameaça de expulsão de sua escola, a Hogwarts, por ter usado a magia diante de um "trouxa" - como são chamadas as pessoas normais, sem poderes mágicos. No caso, tratava-se de seu primo Duda Dursley (Harry Melling), que Harry acaba salvando quando os dois sofrem um ataque de terríveis criaturas, os "dementadores".

Defendido por um grupo fiel de professores de Hogwarts, além do diretor da escola, Alvo Dumbledore (Michael Gambon), Harry ganha ao menos a oportunidade de se defender, revertendo a punição. O incidente é apenas o começo de uma disputa de poder que abalará a escola de Hogwarts.

De um lado estão o atual diretor e um grupo de professores e outros bruxos como Sirius Black (Gary Oldman). Estes bruxos formaram uma sociedade secreta, a Ordem da Fênix, que se mobiliza há tempos para enfrentar as forças do mal, representadas pelo poderoso Lorde Voldemort (Ralph Fiennes) - aquele mesmo que matou os pais de Harry e lhe deu a cicatriz que ele tem na testa.

Do outro lado, está a nova professora Dolores Umbridge (Imelda Staunton, indicada ao Oscar em 2005 por "Vera Drake"). Ela representa os interesses do ministro da Magia, Cornélio Fudge (Robert Hardy), que acredita que o diretor de Hogwarts está de olho em seu lugar.

Aproveitando-se da paranóia do ministro, ela muda os currículos da escola e cria uma série de novas regras autoritárias, tornando-se a inquisidora do lugar.

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Pode-se até enxergar algum sentido político nesta disputa de poder. Mas o fato é que o enredo nunca deixa de lado a fantasia, ainda que o tom predominante seja mesmo sombrio. As forças do mal estão se organizando e Harry descobre que Voldemort pode entrar na sua mente - e vice-versa.

Este detalhe contribui para que Harry se sinta atormentado e sozinho, assumindo responsabilidades de adulto. O que é muito coerente com a figura do próprio ator, que completa 18 anos no próximo dia 23 e já apareceu até nu na peça "Equus", de Peter Shaffer, em Londres.

Nova aluna

Seus fiéis amigos, Ronny Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson), não ficam atrás. Ambos estão bem altos e com cara de adultos, especialmente Emma, uma verdadeira moça e muito bonita.

Ela tem até um momento parecido com o filme "King Kong", quando um gigante, Grope, a pega no colo e a olha com amor. Tudo acaba bem, porque Hermione consegue convencê-lo a colocá-la no chão, sem um arranhão.

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O tema da passagem de responsabilidades de uma geração a outra é importante na trama. Os bruxos da Ordem da Fênix vão contar cada vez mais com a participação de Harry para combater Voldemort. Ele, por sua vez, esforça-se para assumir seu papel, com a ajuda dos fiéis amigos, mas também de alguns outros.

Um novo rosto na turma é da atriz Evanna Lynch, escolhida entre 15 mil jovens britânicos para interpretar Luna Lovegood. A nova aluna de Hogwarts tem o mesmo poder de Harry para enxergar algumas criaturas e ouvir algumas vozes que os demais bruxinhos não conseguem.

Por isso, ela entra no pequeno grupo de alunos que vai se chamar "Armada de Dumbledore" e treinar secretamente seus dons de magia, longe do conhecimento da inquisidora Umbridge.

Sem esquecer também que se trata de uma aventura, há bons momentos de diversão. Como aquele em que os gêmeos Weasley (James Phelps e Oliver Phelps) promovem uma rebelião voando em vassouras e usando fogos de artifício em dia de provas e uma perseguição dentro da galeria das profecias, repleta de prateleiras e esferas de vidro.

Esta última sequência foi o primeiro set completamente gerado por computador de um filme de Harry Potter, já que seria impraticável construir e quebrar nada menos que 15 mil esferas de vidro, como foi imaginado pelos produtores.

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