Novo James Bond acha difícil papel de agente 007

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A vida é dura, mesmo para James Bond. Quem duvida só precisa perguntar ao ator Daniel Craig, que veste o smoking do espião britânico pela primeira vez no filme "Cassino Royale".

Indagado sobre o que gostou mais ao fazer o 21º filme da famosa série cinematográfica, que já abarca mais de 40 anos e cinco Bonds diferentes, ele respondeu: "Terminar o filme, provavelmente".

O longa, que estréia em 17 de novembro, mostra o ator britânico sendo espancado, explodido e pendurado num navio-tanque pelos magos dos efeitos especiais a serviço do diretor Martin Campbell (de "007 - Um novo dia para morrer").

Craig malhou cinco dias por semana para ficar em forma para o filme, mas nao pôde aumentar demais sua massa muscular, senão não caberia no smoking de 007.

- Você fica parecendo um porteiro - comentou o ator em entrevista recente.

Mas talvez uma das coisas mais difíceis envolvidas no papel de um dos homens mais viris do cinema foi o fato de que em "Cassino Royale", James Bond começa como agente secreto principiante e desajeitado. E, o que é pior, a "Bond girl" o despreza.

Craig disse que, no final do filme, 007 volta a ser "cool".

"Cassino Royale" é baseado no primeiro romance do escritor Ian Fleming, escrito em 1953, sobre o espião britânico que tem licença para matar. Embora os criadores do filme tenham se mantido fiéis à trama original, eles a ambientaram nos tempos modernos.

- Temos uma seqüência de abertura filmada em preto e branco, não para dizer que a história é antiga, mas apenas para mostrar que se trata do início - contou Craig.

Em sua primeira missão para o serviço secreto de Sua Majestade, Bond tem que impedir um francês, Le Chiffre, de financiar os terroristas mundiais (no livro, Le Chiffre é agente soviético).

BOND DE UM BILHÃO DE DÓLARES

Bond enfrente Le Chiffre nas mesas de jogo milion rias do Cassino Royale. A agente do Tesouro britânico Vesper Lynd (Eva Green) entrega o dinheiro para financiar o jogo do agente e, é claro, seguem-se açao, aventuras e um pouco de romance também.

Um filme "Cassino Royale" anterior, feito em 1967, foi uma paródia cômica do gênero Bond, de modo que o filme estrelado por Craig ser o primeiro "Cassino Royale" do tipo que os fas do agente secreto apreciam.

Desde o primeiro filme de Bond, "007 contra o Satânico Dr. No", de 1962, a série já vendeu US$ 3,6 bilhões em ingressos nos cinemas dos EUA e Canadá, já levando em conta a inflação. Em todo o mundo, apenas os últimos quatro filmes Bond arrecadaram quase US$ 1,5 bilhão.

Trata-se de um recorde enorme para ser mantido, e, se um ator não dá conta do recado, ele é expulso da série sem a menor cerimônia. Prova disso são George Lazenby e Timothy Dalton, dois dos Bonds anteriores.

- É uma responsabilidade enorme - comentou Craig. - É claro que eu me preocupo. Sou humano. Quero acertar.

Aos 38 anos, Daniel Craig pode ser pouco conhecido pelos fãs americanos, mas não é nenhum novato. O ator britânico estudou no National Youth Theatre britânico e se formou na Escola Guildhall de Música e Drama. Ele vem sendo visto no cinema e na televisão há quase 15 anos, mais recentemente em "Munique", de Steven Spielberg.

Os produtores de Bond, Michael Wilson e Barbara Broccoli, gostaram dele a ponto de já o terem contratado para um 22º filme da série, ainda sem título, mas com lançamento marcado para 2008.

Craig disse que conversou várias vezes com Pierce Brosnan, que representou o superespião nos quatro filmes mais recentes de James Bond.

- Ele me disse 'vá fundo', então eu fui - disse.