Diretrizes
A seguir, um resumo das principais ideias e projetos da nova gestão do MON:
Conselho curatorial
Composto por representantes da sociedade civil, curadores locais e nacionais, artistas, professores universitários e membros do poder público, será consultado para definir a agenda, a programação e os critérios para a ampliação do acervo do Museu Oscar Niemeyer.
Consultoria externa
Eventualmente, a Secretaria Estadual da Cultura pretende contratar profissionais fora de seu corpo de funcionários para auxiliar na programação.
Acervo
Sem recursos para adquirir novas obras imediatamente, o MON pretende recorrer à parceria com a iniciativa privada, por meio das leis de incentivo, para incrementar a sua coleção de obras.
Reincorporado à Secretaria Estadual da Cultura depois de dois anos com status de secretaria especial para acomodar no governo a ex-primeira-dama, Maristela Requião, o Museu Oscar Niemeyer (MON) agora pretende "ouvir a sociedade" e contar com o apoio da iniciativa privada para realizar o sonho de se tornar um dos espaços mais relevantes da América Latina.
O primeiro passo nessa direção será a criação de um conselho curatorial, a espinha dorsal da nova política em vigor no MON. "Queremos abrir uma discussão pública e ouvir todos os segmentos envolvidos com as artes visuais, para estabelecer o modelo de gestão a seguir", disse por telefone o secretário estadual da Cultura, Paulino Viapiana. "Essa será a principal diferença: antes a programação e o conteúdo eram frutos de uma decisão exclusiva da secretária especial, e muita gente reclamava que o MON era um feudo a que poucos tinham acesso; agora essas decisões serão discutidas com a sociedade, por intermédio deste conselho."
De acordo com o secretário, o conselho curatorial deve reunir representantes da comunidade, curadores locais e de renome nacional, artistas, professores universitários e integrantes do poder público. Porém, ele não adiantou nenhum nome nem quantas pessoas devem integrar o comitê. Mas acredita que a estrutura possa começar a funcionar no segundo semestre. "A programação de 2011 está fechada, mas vamos antecipar algumas ações para 2012. E também pretendemos contratar uma consultoria externa, com nomes nacionais e locais, para os próximos projetos. O que não quer dizer que o conselho também não possa convocar outras consultorias para ações específicas."
Acervo
A artista plástica Teca Sandrini, que assumiu a gerência do museu, se mostra empolgada com o projeto: "Não vamos centralizar nada. A forma mais honesta e democrática de trabalhar é com o conselho curatorial", resume. "Peguei o MON em excelentes condições técnicas, com um quadro funcional de primeiro mundo, o que nos permite usar toda a nossa energia para trabalhar com esse grupo de curadores e trazer cada vez mais público aqui para dentro."
Outra questão a ser analisada pelo conselho é a ampliação do acervo do MON. "De fato, o acervo ainda é muito tímido, mas é preciso levar em consideração que o museu tem apenas oito anos", ressalva o secretário da Cultura. "Outros grandes museus do Brasil precisaram de pelo menos 50 anos para consolidar um acervo de qualidade e representativo. Mas vamos submeter esta pauta para o conselho, que vai decidir se devemos adquirir novas obras e quais." Atualmente, o Museu Oscar Niemeyer tem aproximadamente 2,8 mil obras no acervo, 600 das quais foram adquiridas pelo espaço seja por compra ou doação.
Mas o pulo-do-gato do novo MON deve ser a ampliação da parceria com a iniciativa privada. "Com a ajuda da imprensa, podemos conscientizar o empresariado, para que ele perceba as vantagens de ter sua marca associada a uma grife das artes visuais, um museu forte, com um nome consolidado e um trabalho sério em desenvolvimento", explica Teca Sandrini. "E o melhor é que o empresário não perde nada, já que pode contar com a isenção fiscal da Lei Rouanet. Vamos trabalhar bastante nesse sentido."
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