Grupos
Com uma legião de fãs, especialistas em stand-up comedy se reúnem e formam grupos, que se apresentam em várias cidades do país. Abaixo, algumas das trupes que escolheram a "comédia de pé" como método de trabalho.
Comédia em Pé
De acordo com o próprio grupo, "é um espetáculo de humor despojado, que reúne um bando de sujeitos engraçados, e com cara-de-pau suficiente para se apresentar sem o apoio de maquiagem, figurino, luz ou atores coadjuvantes." Fundado em 2005 no Rio de Janeiro, os humoristas se apresentam todas as sextas e sábados na capital fluminense. Hoje fazem parte do grupo Fábio Porchat, Fernando Caruso, Léo Lins, Paulo Carvalho e Cláudio Torres Gonzaga, redator da TV Globo. Gonzaga trabalhou nos programas O Belo e as Feras, Escolinha do Professor Raimundo, Malhação, Brava Gente e Sai de Baixo. Foi redator final de Sob Nova Direção e, durante cinco anos, comandou a redação de Zorra Total.
Consolidada nos Estados Unidos, a stand-up comedy vem ganhando adeptos e revelando diversos nomes no Brasil. Se o formato não mudou estão lá o palco e o microfone, estão lá o artista e sua platéia o gênero ganhou um toque típico brasileiro.
Atuais nomes da comédia nacional utilizaram-se das conversas bem-humoradas nos palcos para alavancarem suas carreiras. É o caso de Danilo Gentili e Rafinha Bastos que fazem parte do programa Custe o Que Custar (CQC), da Rede Bandeirantes. Clubes são formados (leia quadro ao lado) e a expansão do estilo continua com apresentações em todas as partes do país.
"A graça é ser você mesmo e não tentar imitar ninguém. Eu no palco sou o mesmo que conversa com você agora", disse Gentili, de 29 anos. O paulista esteve em Curitiba em agosto desse ano e, em três dias, apresentou seu espetáculo para mais de três mil pessoas.
Publicitário por formação, Gentili constrói seus textos com base em observação. "As piadas vêm do cotidiano. Observo as pessoas na rua e trago muita coisa da minha vida mesmo", disse.
O "boom" que atinge a stand-up comedy no Brasil é creditado, por Gentili, ao marasmo de programas humorísticos de tevê aberta. "Acho que o público cansou das mesmas coisas que assiste. Agora todo mundo tem internet e tevê via cabo e as pessoas entram em contato com um humor mais genuíno daquele que é produzido no Brasil", comentou o humorista, que iniciou a carreira ainda na escola primária, apresentando trabalhos com o bom-humor embutido.
Colega de Gentili no programa CQC, que mescla jornalismo e humor, Rafinha Bastos se identificou com o gênero quando foi para os Estados Unidos, na década de 1990, para jogar basquete. "Via muita tevê e lá a stand-up comedy ainda é muito forte", disse o jornalista de 31 anos. Rafinha começou a se apresentar no Brasil em 2003 e foi co-fundador do Clube da Comédia.
Mais uma vez, a receita para o sucesso é revelada: "ser você mesmo". "Não tenho ídolo. Isso tem que ser algo individual e autêntico para funcionar bem. O gênero funciona porque cada artista traz um pouco de si, então todos os shows vão ser diferentes e cria-se uma expectativa boa", comentou o gaúcho. Rafinha muda seu texto freqüentemente, inserindo no script o que leu em livros e jornais durante a semana e o que ouviu pelas ruas da cidade.
Quem não o vê ao vivo, consegue rir pela internet. Suas apresentações são sucesso no YouTube. Um de seus vídeos tem mais de 7 milhões de acessos e a internet torna-se, assim ferramenta fundamental para a divulgação do seu trabalho.
A cena nacional também protagonizada pelo jovem Fábio Porchat, descoberto por Jô Soares, Bruno Motta, Oscar Filho, Diogo Portugal e Dani Calabresa cresce a cada dia e, segundo seus atores, deve mudar o rumo do humor no Brasil. "Sem dúvida esse estilo de comédia está muito forte e se consolida aos poucos. A stand-up comedy feita nesse momento sem dúvidas será referência no futuro", disseram, em coro, os dois humoristas.
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