Banda em ação no show que encerrou o Rock in Rio: quinta apresentação em Curitiba| Foto: Guito Moreto/ Agência O Globo

Os acertos do Rock in Rio

Folhapress

É praticamente impossível acompanhar sete dias de shows e não sair discutindo com os amigos quais foram os melhores e os piores no palco. Isso fica mais tentador ainda no caso de um festival grande como o Rock in Rio. A quinta edição, encerrada domingo, manteve o estilo esquizofrênico na escalação, indo do axé pop de Ivete Sangalo ao encontro heavy metal de Destruction com Krisiun, que é algo como a trilha sonora do inferno.

Algumas escolhas beiram a unanimidade. Beyoncé e Mettalica, por exemplo, fizeram shows principais de lavar a alma da plateia lotada. Bruce Springsteen, mesmo com o público reduzido a menos da metade depois que os fãs jovens de John Mayer foram embora, protagonizou um show histórico. Lenda viva do rock, ele trouxe ao público brasileiro um novo patamar de performance de estrela roqueira. Mostrou uma entrega total no palco, cada vez mais rara no circuito de shows. A escolha de Justin Timberlake como o pior show principal não pode ser entendida como um fiasco do cantor americano. Ele até foi bem, mas desfilou suas músicas sem um momento arrebatador. Perdeu para apresentações mais "conservadoras", como os de Bon Jovi, Iron Maiden ou Metallica, que entregaram tudo o que o público desejava.

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Shows

Veja este e outros shows no Guia Gazeta do Povo

Steve Harris e seu baixo branco:

Quando os primeiros acordes de "Moonchild" abrirem o show do Iron Maiden, hoje à noite, no BioParque, o público já saberá o que o espera nas duas horas seguintes (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo). A banda, considerada a linha de frente de toda a "nova onda do heavy metal britânico", vai transportar a plateia para o final da década de 1980, época do auge da popularidade do grupo inglês.

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A turnê Maiden England que o Iron traz a Curitiba é baseada na turnê Seventh Son of a Seventh Son, de 1988. No repertório do show (basicamente o mesmo apresentado no último domingo, quando a banda fechou o Rock in Rio), cerca de 20 clássicos para fazer a plateia cantar em uníssono todos coros e os solfejos dos riffs de guitarra.

As apresentações do Iron Maiden sempre envolvem mais do que apenas música: em meio à saraivada de hits, explosões de fumaça, fogos de artifício e um estranho ritual de metempsicose, com todas as encarnações de Eddie, o monstro símbolo do grupo.

O Iron Maiden dará ao público o pacote completo e à prova de falhas da banda, que se apresenta pela quinta vez na cidade, para alegria da imensa legião de fãs curitibanos e de todo o estado.

Os ingleses já se apresentaram no estádio Couto Pereira, na Pedreira Paulo Leminski e a última no Expotrade, em Pinhais, em 2011. O último show na Pedreira, em 2008, foi eternizada no DVD Flight 666, dirigido pelo criador, baixista, principal compositor e diretor de vídeos da banda, Steve Harris.

Único integrante que participa do Iron Maiden desde o início da banda, em 1975, Harris contou por telefone à Gazeta do Povo como é voltar para o Brasil e para Curitiba depois de todos esses anos.

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"Sem exagero, esses shows no Brasil são muito importantes para nós. O Iron Maiden tem uma história de muitos anos no Brasil. O público é sempre fantástico", disse. "Todos os quatro shows que fizemos aí [em Curitiba] foram excelentes. Lembro em especial daquele lugar incrível [a Pedreira Paulo Leminski]. Para este show [de hoje à noite], a expectativa é que aconteça algo parecido", afirmou.

Harris faz as contas e nota que fazem 40 anos que ele decidiu trocar a carreira de desenhista arquitetônico para fundar uma banda de

rock. "Não tenho nenhum remorso. Eu me diverti muito em cada um destes dias. [Tocar no Iron Maiden] é o melhor trabalho do mundo."

Slayer

Ícone do "thrash metal" mundial, gênero que ajudaram a criar e a espalhar pelo planeta desde 1981, aos californianos do Slayer caberá à missão de esquentar a plateia antes do show do Iron Maiden.

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A julgar pela apresentação no Rock in Rio, no último domingo, a banda deve apresentar parte de seus clássicos da carreira de mais de três décadas, como "Mandatory Suicide", "Raining Blood" e "Angel of Death" e outros petardos furiosos.

No meio do show no Rio, o telão do palco parou de mostrar a banda ao vivo e passou a exibir imagens antigas e filmes do guitarrista da banda Jeff Hanneman, morto em maio, aos 49 anos, de problemas hepáticos. Até o bandeirão com o símbolo da banda também foi substituído por um com o nome de Jeff. O Slayer toca em Curitiba pela segunda vez. A primeira foi em 2011.

O primeiro show da noite será do Ghost, banda sueca que faz um som que é uma mistura de metal com letras baseadas no ocultismo.