Oceania
The Smashing Pumpkins
EMI Music. R$ 31,90 ou US$ 10,99 no iTunes. Rock.
O vocalista e guitarrista da banda The Smashing Pumpkins, Billy Corgan, único membro que restou da formação original, disse em entrevistas concedidas em 2011 que Oceania, lançado no fim do mês passado pela EMI Music e que chegou às lojas brasileiras neste mês, seria "o melhor disco da banda em mais de 15 anos." Pode parecer exagero, ainda mais vindo do talentoso porém pretensioso Corgan.
Mas é preciso dar o braço a torcer: depois do disco duplo Mellon Colie and the Infinite Sadness (1995), um dos melhores e mais reconhecidos álbuns da banda, e de Adore (1998), que dividiu os fãs e a crítica, Oceania é o trabalho mais substancial feito pelos Pumpkins, ou por Billy Corgan, depois desse período. Qualidade semelhante foi vista no projeto Zwan, banda formada em 2001 pelo vocalista, e desfeita em 2004.
No final dos anos 1990, as brigas entre os integrantes originais (o guitarrista James Iha, a baixista D´arcy Wretzky e o baterista Jimmy Chamberlin) ficaram cada vez mais frequentes e a formação se desfez. Hoje, Jeff Schroeder (guitarra e vocal), Nicole Fiorentino (baixo) e Mike Byrne (bateria) têm um papel coadjuvante no grupo. Executam bem o que deve ser feito, mas o comando e a essência, claramente, são de Corgan, conhecido pela personalidade um tanto controladora, o que ocasionou, aliás, a ruptura da formação original.
Oceania é parte do projeto Teargarden by Kaleidyscope, álbum com 44 músicas lançado em partes e de graça pela internet, e relembra a sonoridade dos discos do início do grupo. Os primeiros segundos da terceira faixa, "The Celestial", parecem "Disarm", do segundo trabalho, Siamese Dream (1993). Baladas como "Pale Horses" trazem uma melodia melancólica, muito a ver com a atmosfera buscada pelos Pumpkins durante a produção do CD. Em 2011, a banda trabalhou por um período em um cinema vazio de Sedona (cidade no estado do Arizona), nos meses de inverno, esboçando algumas versões preliminares.
Coerente
Vale a pena ouvir Oceania do começo ao fim. O conjunto do álbum é coeso e não traz uma releitura descarada das músicas antigas. Depois de anos de brigas, tanto com antigos parceiros como com seu trabalho, Corgan parece ter, finalmente, acertado a mão e retomado o velho fôlego dos Pumpkins. GGG1/2
Classificações: GGGGG Excelente. GGGG Muito bom. GGG Bom. GG Regular. G Fraco. 1/2 Intermediário. N/A Não avaliado.
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