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Quando Maria Bethânia entrar na tenda dos autores para ler trechos de obras de Jorge Amado (1912 – 2001) e fazer um show em sua homenagem, terá começado a 4.ª Festa Literária Internacional de Parati. A vida e a obra do autor de Tieta do Agreste servem de tema ao debate que acontece amanhã, no dia em que o baiano completaria 94 anos se estivesse vivo, entre Myriam Fraga (diretora da Fudação Casa Jorge Amado), Alberto da Costa e Silva (imortal da Academia Brasileira de Letras) e Eduardo de Assis Duarte (autor do livro Jorge Amado: Romance em Tempo de Utopia). A idéia do trio é discutir o legado do escritor, nascido no município de Itabuna.

O tributo na Flip coincide com (e reforça) uma leva de eventos que tem o autor baiano como alvo: a publicação de correspondências inéditas pela revista EntreLivros deste mês; o reconhecimento no exterior – onde acaba de ser lançado Gabriela, Cravo e Canela pela Bloomsbury –; e uma reavaliação crítica por parte da academia, a mesma que sempre torceu o nariz para os livros que fizeram de Amado um dos autores mais célebres do país em todos os tempos.

O primeiro exemplo desse mea-culpa acadêmico vem de Ana Maria Machado, doutora em Lingüística e escritora de mais de uma centena de livros infantis. No recém-lançado Romântico, Sedutor e Anarquista – Como e Por Que Ler Jorge Amado Hoje (Objetiva, 148 págs., R$ 27,90), ela define o escritor baiano como um "anarquista romântico" que promoveu uma "fusão amorosa entre o erudito e o popular, erotizou a narrativa e trouxe à tona questões sobre o não-sectarismo, a miscigenação, a luta contra o preconceito e contra a pseudo-erudição européia".

O britânico Benjamin Zephaniah fecha a programação de amanhã, falando sobre sua história, o combate contra o racismo e as experiências como poeta, DJ, dramaturgo, romancista, vegetariano e mestre de kung-fu.

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