O maestro Osvaldo Ferreira ensaiando com os músicos em setembro do ano passado: orquestra inicia 2012 com nível técnico superior| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Depois de uma temporada que destacou grandes sinfonias do período Romântico, no ano passado, a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) abre 2012 com obras de compositores do século 20 neste do­­­mingo, às 10h30, no Teatro Guaíra (Veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo). O Concerto para Violino N.º 1, Op. 15, do inglês Benjamin Britten (1913-1976), contará com a solista Magdalena Filipczak, uma jovem violinista polonesa convidada pelo maestro Osvaldo Ferreira por estar em "ascensão meteórica". E a Sinfonia N.º 10 em Mi Menor, Op. 93, do compositor russo Dmitri Shostakovich (1906-1975), completa o programa, que inaugura o conceito estético escolhido por Ferreira para as apresentações deste ano.

CARREGANDO :)

"Os programas terão, essencialmente, o século 20 e seus grandes ‘ismos’ – impressionismo, ex­­­­pressionismo –, além de neorro­­mân­­­ticos como Rachmaninov e Strauss", explica Ferreira. "Acho que elas estão dentro de uma lógica de grandes obras que fazem falta e que não foram feitas com frequência pela orquestra ultimamente", diz o maestro, que afirma atender também a pedidos do público com a nova direção.

Programa

Publicidade

O concerto de Britten, de acordo com um levantamento do próprio Guaíra, é aparentemente inédito no país, e permite à solista e à orquestra mostrar virtuosismo e expressividade. "É uma obra de grande intensidade emocional. Não há como ficar insensível à narrativa, aos momentos recitativos", diz Ferreira. "A obra de Britten é um caso extraordinário de música que demorou a ser entendida, mas ganha cada vez mais espaço nas salas de concerto de todo o mundo", diz.

A sinfonia de Shostakovich também foi considerada uma obra interessante para o início de temporada. A composição tem momentos contrastantes, como o noturno do terceiro movimento – conforme conta o maestro, uma serenata de Shostakovich em homenagem a uma aluna por quem o russo fora apaixonado – e agitados, como o finale, que remetem a danças russas. "A obra tem um pouco de tudo. É mais intimista de um lado e, de outro, é um exercício de sinfonia supervirtuosa, que exige um nível técnico dos mais elevados", diz Ferreira.

Sofisticação que, de acordo com o maestro titular, a OSP já atingiu logo no início dos trabalhos. Em seu segundo ano à frente do grupo, Ferreira diz que, com mais tempo de preparação, houve grande evolução. "Vai ser um concerto de abertura fantástico", diz.