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Rio de Janeiro (RJ) – A nona edição do Festival do Rio, aberta para o público na última sexta-feira, teve como destaque inicial o aguardado novo filme de Quentin Tarantino, À Prova de Morte, que lotou as três sessões programadas para o fim de semana. Havia a expectativa da vinda do cultuado cineasta norte-americano para apresentar a produção na capital carioca, mas ela não se concretizou, tanto que as sessões da fita foram antecipadas para os primeiros dias do evento.

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À Prova da Morte é a segunda parte do longa-metragem Grind house, cuja seqüência inicial, Planeta Terror, dirigida por Robert Rodriguez (Sin City), também será apresentada no festival no próximo fim de semana – a produção única estreou há alguns meses nos EUA, mas foi separada em dois filmes para o lançamento no restante do mundo.

Tarantino e Rodriguez reverenciam os filmes B que passavam em sessões conjuntas nos EUA, durante os anos 70. O clima de produções pobres, cheias de falhas técnicas, é recriado pelos cineastas, que destacam na tela filmes com películas "estragadas". À Prova de Morte tem todos os ingredientes que fazem a festa dos fãs de Tarantino: extensos diálogos geniais, recheados de referências pop (inclusive a seus próprios filmes), trilha sonora que resgata canções de diversos períodos da música e violência estilizada em seqüências arrasadoras.

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A trama fala de Dublê Mike (Kurt Russell), que adora perseguir mulheres pelas estradas americanas com seu potente carro, causando acidentes e matando-as. Mas o vilão encontra adversárias à altura em um grupo de meninas que inclui beldades como Rosario Dawson (Sin City) – Tarantino faz do filme uma nova homenagem ao poder das mulheres (como havia feito nos dois volumes de Kill Bill), com direito a muitas cenas que confirmam seu conhecido fetiche por pés femininos.

Outros diretores cultuados também tiveram filmes apresentados nesses primeiros dias de festival. Sonhando Acordado parece ser uma tentativa do francês Michel Gondry de fazer um novo Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Protagonizado por Gael García Bernal, o filme – que perde em originalidade para seu predecessor – também fala de sonhos, mas carrega mais nas tintas surrealistas. O ator mexicano vive um personagem que em muitos momentos não consegue distinguir se está sonhando ou vivendo a realidade.

A decepção é grande com I’m Cyborg, but That’s Ok, de Park Chan-Wook, autor do elogiado Oldboy. O cineasta coreano se perde em uma história boba sobre personagens bizarros vivendo em um manicômio (para onde vai a jovem que pensa ser um ciborgue).