O coreógrafo Fernando Nunes estava de mudança para Campo Mourão, no Noroeste do Paraná, quando ficou fascinado com a idéia de viver no interior do país. Começou a pensar sobre o assunto e acabou transformando-o em objeto de trabalho. Criou uma coreografia a partir do tema, intitulada Truveja pra Nóis Chorá. O título mostra, logo de cara, o lado propositadamente caipira do espetáculo, que mistura um pouco de teatro à dança.
É essa montagem da Companhia Verve de Dança, que Nunes fundou em 1995, que chega a hoje a Curitiba, no Teatro da Caixa. Segundo o grupo, a coreografia pode ser resumida como uma "síntese de idéias inspiradas no cotidiano, que tem como tema o interior do Brasil". Ou, como se costuma dizer: uma busca pela raízes do país, pela identidade nacional.
Fernando Nunes não é o único autor do trabalho. Mariusa Bregoli e Moacir Coletto também assinam a coreografia. Na verdade, todos os integrantes da Verve participaram do processo criativo como costuma acontecer nos espetáculos do grupo. Para Nunes, o bailarino deve ser também alguém que pesquisa sobre o seu trabalho e influencia no rumo do que está sendo planejado para o palco.
A idéia da coreografia sobre o interior do país parece ter dado certo. No total, já são cinco anos de carreira da montagem ou seja, metade do tempo de existência da companhia. Além das apresentações no Paraná, Truveja... viajou por outros estados e já chegou a ter apresentações fora do Brasil.
Para conferir um clima de brasilidade, o grupo escolheu uma trilha sonora produzida a partir de músicas de diversas regiões e tradições brasileiras. Os compositores escolhidos foram Naná Vasconcelos, Antônio Nóbrega, o Carlinhos Brown e Cândido das Neves. Ou seja: muito batuque e ritmos fortes para embalar os personagens do Brasil rural.
A companhia aproveita a montagem para comemorar neste ano sua primeira década de existência. A Verve foi fundada por Fernando Nunes já em Campo Mourão, em 1995. O grupo se define como uma companhia de dança contemporânea que tem interesse em usar técnicas variadas. A mistura com outras artes também é corriqueira. Entre outros elogios, a Verve já foi chamada pelo jornal O Estado de São Paulo de "uma companhia de dança que merece ser descoberta".
Além de Truveja..., a Verve já montou os espetáculos Feique Em Algum Lugar; Porém, Aqui; (C2H4)n Plástico; Gambiarra e Terral. Interessados em conhecer mais o trabalho da companhia podem visitar o site www.verve.art.br.
* Serviço: Truveja Pra Nóis Chorá. Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280), (41) 3321-1999. Concepção e direção de Fernando Nunes. Com a Companhia Verve de Dança. Hoje e amanhã, às 21 horas, e o domingo, às 19 horas. Ingressos a R$10 e R$5 (clientes, idosos e estudantes).
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