O início do século 20 foi tão esquisito que até mesmo as leis da Física mudaram. Foi uma época em que as pessoas passaram a ter de conviver com a idéia de que a luz fazia curvas e de que o tempo não era igual para pessoas que se movessem em sentidos diferentes. Também foi quando a música deixou de ter tom, os poemas muitas vezes perderam o sentido e a pintura dispensou o pincel. Havia gente tirando papéis com palavras aleatórias de seus bolsos para fazer literatura. E um quadro podia ser simplesmente um quadrado branco sobre um fundo branco.
São esses anos alucinados que estarão em pauta no UnicenP a partir da próxima semana. O centro universitário, que neste ano conseguiu aprovar um projeto de R$ 480 mil na Lei Rouanet, vai investir a maior parte de suas fichas em um resumo de luxo sobre o começo do século 20. A programação começa com uma exposição sobre a vida e a obra de Albert Einstein, o homem que serve de emblema para os tempos em que viveu. Cientista capaz de revolucionar nossos conceitos mais sólidos sobre o mundo, Einstein foi ainda humanista de mão cheia.
A ExpoEinstein, reunindo fotografias de várias fases da vida do cientista, abre na próxima segunda-feira, dia 13. No mesmo dia, começa uma série de palestras que tenta desvendar as diversas revoluções dos primeiros anos do século. A cada dia, até a sexta-feira, entra em pauta um tema: música, ciência, literatura, arte e história. Depois da exposição de um especialista convidado, haverá debates com a platéia.
A primeira semana serve de prelúdio para a extensa programação musical que o UnicenP preparou para 2006. O coordenador musical Osvaldo Colarusso promete fazer uma seleção ousada, com a apresentação ao vivo de diversas obras que nunca foram executadas em Curitiba. O concerto de abertura, marcado para o dia 26 deste mês, já dá uma idéia do que vem pela frente. Serão executadas obras inéditas na cidade de Stravinsky e de Ravel. Mas o ponto alto está mesmo reservado para Pierrot Lunaire. Escrita por Arnold Schoenberg em 1912, a obra foi uma das mais influentes do século, por vários motivos. E dificílima de tocar. Mais para frente, os concertos incluem obras de grandes nomes do século 20, como Béla Bartok, Debussy e Satie. Biscoitos finos a que a cidade quase não tem acesso. É esperar para ver. E ouvir.
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