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Em turnê pelo Brasil, Gruff Rhys divulga Hotel Shampoo, seu mais recente disco solo: mistura de ritmos e colaborações diversas marcam a carreira do artista galês | Mark James/Divulgação
Em turnê pelo Brasil, Gruff Rhys divulga Hotel Shampoo, seu mais recente disco solo: mistura de ritmos e colaborações diversas marcam a carreira do artista galês| Foto: Mark James/Divulgação

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No começo dos anos 1990, bandas como Oasis, Blur, Supergrass e Pulp se destacavam na Inglaterra. Com vários outros grupos botando as manguinhas de seus wintercoats para fora e alguns hits ganhando o mundo – pense em "Wonderwall", dos irmãos Gallagher –, construiu-se o gênero que ficou conhecido como britpop. Esse tipo de música, mais doce e grudenta, em parte uma resposta ao grunge que exalava com força dos Estados Unidos, fez eco por todo o Reino Unido.

Na mesma época, uma cena coadjuvante do britpop surgia a oeste de Londres. No País de Gales, grupos como Manic Street Preachers, Catatonia e Stereophonics formavam uma espécie de segunda divisão do estilo. Jogando essa peleja, também estava a Super Furry Animals (SFA), formada em 1993 pelo amalucado Gruff Rhys, que se apresenta na noite do próximo sábado no The Peppers Bar, em Curitiba (Veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

Esta é a quarta visita de Rhys ao país. A que não esquece foi em 2003, quando tocou no TIM Festival, em São Paulo. "Lembro claramente daquela noite, porque a cidade inteira sofreu um apagão. Aí ficamos andando de carro pela cidade, na escuridão total, foi demais", conta, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo.

Rhys é muitos. Ele já colaborou com bandas como Mogwai (gravou a voz de "Dial: Revenge"), com o trio de hip-hop De La Soul e, no ano passado, dividiu o palco com o grupo Manic Street Preachers para uma O2 Arena lotada. Pesquisador musical e aberto a todo tipo de influência – de ritmos caribenhos ao techno – ele também faz parte do Neon Neon, projeto de electropop que toca em companhia do norte-americano Boom Bip. O fato de se apresentar em um lugar pequeno e em uma cidade desconhecida, entretanto, não o incomoda. Na verdade o anima.

"Não conheço Curitiba, mas ouvi que a cidade é muito rock-and-roll. Estou animado com isso. Sobre o local, sei que é um lugar pequeno e quero mesmo que seja assim, porque meus shows aí no Brasil serão intimistas. Sou eu sozinho no palco com muitos instrumentos e ‘brinquedos’", descreve. "A maioria das músicas faz parte dos meus três discos solo, mas há algumas surpresas e músicas obscuras do SFA".

Brasil

O galês, talvez a maior figura roqueira de seu país, divulga Hotel Shampoo (2011), seu terceiro álbum solo e, digamos, o mais comportado de todos. Os discos mais celebrados, entretanto, são os que gravou ainda com o SFA, banda que deu um toque de piscodelia ao britpop. Foram nove entre 1996 (Fuzzy Logic) e 2009 (Dark Days/ Light Years). Alguns pequenos hits, como "Ice Hockey Hair", do EP homônimo (1998) e "Hello Sunshine", do álbum Power Pop (2003) , ainda vivem na lembrança de muitos por aqui.

"Sei que tenho muitos fãs no Brasil. Recebo muitos tweets e e-mails, e é bom ver como a plateia é apaixonada", conta Rhys, que descarta uma reunião formal do grupo. "Semana passada tocamos com o Super Furry Animals no País de Gales pela primeira vez em dois anos, mas não há planos para novas gravações".

Entre algumas das peculiaridades de Gruff Rhys está o fato de ter como amigo e parceiro o brasileiro Tony da Gatorra. Espécie de neo-hippie, o gaúcho inventou a gatorra, instrumento bizarro que está entre a bateria e o sintetizador. Juntos, eles gravaram o álbum The Terror of Cosmic Loneliness, em 2010. "Ele é uma figura que me inspira bastante", revela o galês. Outra particularidade de Rhys é a seguinte: embora seja destro, ele toca em uma guitarra para canhotos, com as cordas invertidas. "Aprendi a tocar com meu irmão, que era canhoto. Tive que me virar depois, mas nunca tive problemas com isso", explica.

Novos galeses

Em termos de sucesso e alcance midiático, o Super Furry Animals esteve mesmo aquém de Oasis e Blur, que rivalizaram single a single pelo domínio das paradas britânicas. Mas Gruff Rhys diz que a banda conseguiu se impor, de alguma forma. "Acho que conquistamos nosso lugar ao sol. Quero dizer, nós tivemos músicas nas paradas e fizemos parte de uma grande cena. Tudo isso foi importante para nós".

Quando questionado sobre novas bandas, Gruff se empolga. "Há uma incrível cena de rock em Cardiff. Bandas como Islet, Los Campesinos, Race Horses, Cate Le Bom, H. Hawkline e Sweet Baboo estão se tornando conhecidas também fora daqui." Vale correr atrás.

Serviço: Gruff Rhys. Dia 10, às 23h59. The Peppers Bar (R. Inácio Lustosa, 496 – São Francisco). Ingressos a R$ 100 e R$ 50 (meia-entrada).

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