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Fassbender e Penélope Cruz: bons atores prometiam um longa mais surpreendente | Divulgação
Fassbender e Penélope Cruz: bons atores prometiam um longa mais surpreendente| Foto: Divulgação

Cinema

Veja este e outros filmes no Guia do JL.

Tinha tudo para dar certo. Um roteiro original de Cormac McCarthy, talvez o maior escritor americano vivo (ao lado de Philip Roth), nas mãos do cineasta britânico Ridley Scott, diretor de Blade Runner – O Caçador de Androides, Alien – O Oitavo Passageiro e Gladiador, só para citar alguns dos títulos de sua rica filmografia.

O trabalho criativo, contudo, tem seus mistérios, e não é tão lógico quanto aparenta. O Conselheiro do Crime, resultado da união desses dois grandes talentos, está longe de ser o grande filme pelo qual todos – público, críticos e a própria indústria – esperavam (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

É uma obra desigual, imperfeita, ainda que tenha momentos brilhantes – com o tempo, talvez até ganhe aura cult.

Enredo

A trama se passa, em grande parte, no sudoeste dos Estados Unidos, na região de fronteira entre Estados Unidos e México, território mítico da literatura de McCarthy. No centro da trama está um advogado, conhecido como O Conselheiro (Michael Fassbender, de Shame), que se alia a Reiner (Javier Bardem, impagável), um perigoso chefe do tráfico.

O encontro entre os dois, que acaba funcionando como uma espécie de metáfora irônica sobre a parceria de Scott com o autor de A Estrada e Onde os Fracos Não Têm Vez, parece destinada ao êxito. Mas nenhum deles se dá conta de que, a cada mal passo, está cruzando a porta do inferno, em uma viagem sem volta. Mas atenção: O Conselheiro do Crime não é uma obra moralista. Longe disso.

Drogas

Ao se envolver em uma jogada arriscada – a venda de um carregamento de cocaína avaliado em US$ 20 milhões –, o Conselheiro arranca o pino de uma granada.

E coloca em risco tanto a sua vida quanto a dos que o cercam, inclusive a de sua noiva, Laura (Penélope Cruz).

A genialidade de McCar­thy se faz presente em vários aspectos: principalmente nos diálogos verborrágicos e cortantes, permeados de duplos sentidos, mas tambémna complexidade dos personagens, alguns memoráveis, como a deliciosamente má e sacana Malkina (Cameroz Diaz, no melhor papel de sua carreira), que protagoniza algumas das sequências mais quentes do longa.

Pena que tudo isso não compense a frouxidão da narrativa, que embora ofereça bons momentos, tem elementos demais, pontas soltas e não arrebata como deveria. GG1/2

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