Trajetória
Confira alguns pontos altos na carreira de Renato Aragão
- O cearense Renato Aragão nasceu em Sobral, em 13 de janeiro de 1935. Desde pequeno, gostava de assistir aos filmes de Oscarito, que o fizeram querer ser comediante e fazer cinema.
- O sucesso de seu programa humorístico na TV Ceará o levou ao Rio de Janeiro, em 1963, onde estreou na TV Tupi.
- Dirigido por Jarbas Barbosa, estreou no cinema em Na Onda do Iê-Iê-Iê, em 1965. Até 1975, quase sempre em companhia de Dedé, fez muitas comédias de sucesso. No ano seguinte, a dupla ganhou a companhia de Mussum (Os Trapalhões no Planeta dos Macacos) e de Zacarias, em 1978 (Os Trapalhões na Guerra dos Planetas).
- De 1978 a 1997, apareceram juntos em 24 filmes roteirizados e produzidos por Renato Aragão.
- O ator realizou mais oito filmes solo, mas manteve-se afastado da TV depois da morte de Zacarias e Mussum. Em 2002, estreou A Turma do Didi na TV Globo.
Gramado - Renato Aragão chegou sorridente ao encontro com os jornalistas no domingo (10), momentos antes de ser homenageado na abertura do 36º Festival de Cinema de Gramado. Foi logo avisando: "Estou aqui para me defender. Vocês atacam, eu me defendo".
A frase foi pronunciada tranqüilamente, mas faz menção a um longo período de embate entre o ator e a crítica de cinema. "No começo, apanhei muito, diziam que meus filmes eram subdesenvolvidos, que não eram filmes, mas eventos", diz o autor de 46 longas, seis deles entre as dez maiores bilheterias do cinema nacional.
O palhaço, como se autodenomina, chorou ao receber a homenagem da cidade de Gramado. "Veio no momento em que eu precisava de mais estímulo para continuar." Na coletiva à imprensa, ele declarou que este é o maior prêmio de sua carreira. "Até que enfim fui reconhecido como cineasta. Não foi fácil romper esta barreira tão forte e tão fechada."
O prêmio foi dedicado ao ídolo Oscarito, que motivou o futuro Didi Mocó a ser ator. Em 1961, seu programa humorístico fez sucesso na TV Ceará. Dois anos depois, já no Rio de Janeiro, estreou na TV Tupi, onde conheceu o futuro parceiro, Dedé Santana, no programa A.E.I.O. Urca. Mas, queria mesmo era fazer cinema como Oscarito, Grande Otelo e Chaplin.
Desde então, ele diz que aposta na simplicidade e na ingenuidade para fazer rir a criançada. "Sou palhaço, invisto no meu físico, viro um garoto de 20 anos. A criança quer se divertir, ver tombo, correria", diz. É assim que, mesmo com a concorrência desleal dos tais "blockbusters", palavra que pronuncia com sotaque propositalmente carregado, ainda consegue levar muita gente ao cinema embora a luta seja grande, a julgar pela baixa bilheteria de seu último filme, O Guerreiro Didi e a Ninja Lili, de cerca de 200 mil espectadores, comparada à soma de 60 milhões de espectadores que já levou ao cinema em filmes anteriores.
Se a crítica já não atrapalha "os jornalistas de hoje eram as crianças que viam e gostavam dos meus filmes" , o inimigo pode se travestir até mesmo no simpático Kung Fu Panda. O ator conta que pôde levar apenas 60 cópias do filme aos cinemas. "Normalmente, seriam 200. No Rio e em São Paulo, não consegui ocupar as melhores salas (reservadas a filmes como Batman, Indiana Jones e às animações norte-americanas como a do panda e Wall-E). Me sinto um vietnamita lutando contra o poderio de fogo norte-americano", desabafa.
O videogame e a internet são outros fortes concorrentes. "Assim fica difícil levar as crianças ao cinema." Mas o líder dos trapalhões não desiste. "É preciso fazer um esforço para fazer filmes inventivos, que cativem", diz. Já pensa, inclusive, em suas próximas produções.
Exatos 30 anos depois de realizar seu primeiro filme com o quarteto formado por ele, Dedé, Zacarias e Mussum (Os Trapalhões na Guerra dos Planetas), ele retoma a parceria com seu primeiro parceiro no programa A Turma do Didi, da Rede Globo, e no cinema, com Didi Babá e os 40 Ladrões, que será uma nova versão do filme que protagonizou em 1972. Também pretende retirar da gaveta o projeto de continuação de O Guerreiro Didi e a Ninja Lili.
A repórter viajou à Gramado a convite do festival.
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