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Frida Kahlo As Suas Fotografias
Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 Centro Cívico), (41) 3350-4400. Visitação de terça-feira s domingo, das 10h às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até 30 de novembro.
Não tem tempo bom ou ruim que atrapalhe ou justifique: é praticamente impossível chegar no Museu Oscar Niemeyer (MON) no fim de semana e não encontrar fila para entrar muitas vezes, quilométrica. A principal "responsável" por esse fenômeno é a artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954), cujas fotografias, tanto as feitas por ela como as de seu acervo pessoal, estão reunidas na mostra Frida Kahlo As Suas Fotografias, que já levou mais de 60 mil pessoas ao espaço (entre os dias 17 de julho e 31 de agosto). O balanço de público foi divulgado pelo MON na semana passada.
A visitação da exposição em Curitiba já é recorde na sua itinerância mundial, que começou pela Cidade do México e passou por Lisboa, em Portugal, e Long Beach, nos Estados Unidos. O dia de abertura (17 de julho), também foi o maior público do MON em inaugurações até agora: 1,2 mil visitantes em pouco mais de três horas. O sucesso da exposição ocasionou algumas mudanças, como o controle de acesso à sala por senhas (no máximo, 150 por vez).
O setor de agendamento de visitas, que acompanha e monitora grupos que desejam fazer visitas monitoradas, também anda com muito trabalho: até o fim de outubro, não há mais nenhum horário disponível na agenda do MON, e a média de pessoas, somente nesses grupos, é de 800 pessoas por dia. A arte-educadora Claudia Virginia conta que o museu tem recebido excursões principalmente de Santa Catarina, litoral e interior do Paraná quase diariamente. "Tivemos um rapaz que pegou um avião e veio de Rondônia especialmente para ouvir a Hilda Trujilo Soto [diretora do Museu Frida Kahlo, no México, e que esteve em Curitiba na abertura]", conta.
E não é difícil encontrar no museu gente de norte a sul do país, mesmo nos dias de semana: a estudante Gláucia Jong, de Belém do Pará, aproveitava o dia livre antes de um congresso sobre Neurocirurgia para passear no MON. "Eu já estava sabendo da mostra, um colega de Belém veio e me recomendou muito." No dia, ela conheceu o gaúcho Leonardo Stoll de Moraes, que também estava na cidade para uma conferência em Biologia. "Eu já tinha interesse em conhecer o museu, então a exposição foi só um impulso a mais. Ela [Frida] transmite a sua história e militância só no olhar", acredita Stoll, que se surpreendeu com as cirurgias pelas quais a artista passou. "Não sabia que tinham sido tantas."
Facetas
Por retratar o lado íntimo de Frida Kahlo, a exposição vem surpreendendo até mesmo quem já conhecia bastante da história da mexicana. É o caso da estudante de Letras-Espanhol da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Camila Marcon, que veio especialmente para a mostra em uma excursão "bate e volta" de Florianópolis, junto com outros 43 alunos da faculdade.
Camila, que trabalha com pesquisa em literatura hispânica, não imaginava a grande influência do pai de Frida (Guillermo, que foi fotógrafo profissional) na vida da pintora. "Não sabia o quanto ele tinha sido contemporâneo. Também me surpreendi com as fotos recortadas", fala a estudante, sobre uma série de imagens em que Frida recortou o próprio rosto dos registros.
Na contextualização sobre a mostra, dois fatos costumam impressionar bastante os visitantes, conta o monitor do MON, Tiago Ortiz: as múltiplas fraturas, ocasionadas pelo acidente de ônibus que Frida Kahlo sofreu, aos 18 anos, sua bissexualidade e o formato de casamento com o muralista Diego Rivera (1886-1957). "As pessoas se chocam pelo fato de os dois terem amantes e assumirem esse formato tão liberal para a época."
Além das 240 fotografias, o museu também exibe, anexo à sala, o documentário Natureza Ferida. Memória Viva de Certos Dias, sobre a vida de Frida Kahlo. Por causa do número de visitantes, a mostra foi prorrogada, e fica em cartaz até o dia 30 de novembro.
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