O encontro do corpo com o alumínio

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Digerir o que há de artificial no mundo e transformar isso em um personagem capaz de se expressar parece ser o objetivo final do Aluminum Show, performance israelense que chega segunda-feira ao palco do Teatro Positivo. O uso de dutos de ar-condicionado de alumínio como objeto cênico e muitos outros artefatos inusitados chama a atenção para essa estética única e contagiante da apresentação.

A ideia foi desenvolvida pelo bailarino Ilan Azriel, que já adaptava adereços para criar movimentos no palco. "Vi um show em Las Vegas e minha esposa sugeriu criar um espetáculo com material industrial descartado", conta ele, que é diretor artístico do Aluminum.

A busca pela matéria-prima diferente resultou na subida ao palco de tubos metálicos. "Comecei a brincar com esse material leve e flexível e me apaixonei. O alumínio pode ganhar vida com movimentos e efeitos especiais diferentes como ar e a robótica", explica Ilan, revelando um pouco do que o público irá encontrar nesta única apresentação em Curitiba.

Com o protagonismo desse material tão leve, entram em cena outros objetos como almofadas metálicas gigantes e "minhocões", com os quais o público se enreda no fim do espetáculo. Elementos importantes são também a música, a iluminação, os efeitos especiais e o próprio movimento.

A primeira versão do Aluminum Show surgiu em 2003 e fez sucesso em vários países. No ano passado, uma revisão modificou vários aspectos do show, que agora faz turnê por nove cidades brasileiras. Um dos destaques é o uso ecologicamente correto de materiais recuperados para criar figurinos e cenários.

O fato de o tema central da performance ser a tecnologia – e o encontro do ser humano com ela – pode intimidar, fazendo pensar ser preciso estudar antropologia para aproveitar o show. Mas seu diretor garante que não é nada disso: à frente desses conceitos que norteiam a criação está a trama de uma jovem máquina que peregrina pelo mundo em busca de seus pais. No caminho, conhece um ser humano que a ajudará sem medir esforços.

Questionado se o final – quando os objetos são entregues ao público para uma grande brincadeira – costuma dar certo, Ilan conta que as crianças são as primeiras a gritar e pular de empolgação, enquanto alguns adultos receiam se deixar levar pela festa, mas acabam aderindo aos poucos. "Deveríamos todos nos soltar no show e nos divertir", sugere o artista.

Serviço:

Aluminum Show. Teatro Positivo – Grande Auditório (Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Dia 26, às 20h30. R$104 e R$ 52 (piso inferior) e R$84 e R$42 (piso superior).