Veneza O diretor britânico Peter Greenaway, em seu filme mais recente, tenta elucidar os elementos desconhecidos que cercam Rembrandt e um de seus quadros mais famosos, sugerindo que o fato de o artista ter acabado a vida na penúria pode ter sido fruto da ação de inimigos.
Nightwatching é uma história sobre como foi encomendado o quadro de Rembrandt da Milícia dos Mosqueteiros de Amsterdã, conhecido como "Ronda Noturna", e explora os segredos que o artista pode ter revelado na obra-prima.
A pintura vem deixando historiadores da arte perplexos há séculos, e Greenaway disse que sua teoria é tão válida quanto qualquer outra. "É claro que já foram propostas inúmeras teorias, mas, com este filme, gostaríamos de aventar outra", disse Greenaway a repórteres em Veneza, onde o filme integra a competição principal do Festival de Cinema da cidade.
"A história não existe existem historiadores, apenas. Não posso provar cada fato, mas vocês tampouco os poderão desmentir." O diretor disse que existem pelo menos 51 "mistérios" no quadro, incluindo a garota ou o anão em meio à multidão de homens, o significado de um mosquete sendo disparado, se duas das figuras masculinas principais estavam tendo um caso e se um homem no fundo do quadro, com um olho visível, seria um auto-retrato do artista.
No filme, Rembrandt aceita com relutância a encomenda de pintar os pomposos mosqueteiros, mas, ao mesmo tempo em que zomba de seus ares imponentes, insere acusações de assassinato na obra.
O filme lança a hipótese de que o equivalente à "turma das boates" da Amsterdã do século 17 tenha procurado arruinar Rembrandt como vingança, sujando sua reputação e tentando cegá-lo.
Greenaway disse que se perguntou por que Rembrandt, tão bem sucedido, descambou para a pobreza depois de "Ronda Noturna" ter sido completado, nos anos 1640. "Quinze anos depois, ele estava falido. Sempre foi muito difícil explicar essa história, de um homem de posses que perdeu tudo", disse o diretor. O cineasta afirma que seu filme é sobre a própria arte e o porquê de pintores e cineastas tentarem criar a ilusão de que aquilo que retratam é real.
No longa-metragem, o cineasta usa sets teatrais e técnicas de iluminação que lembram as obras-primas da arte do norte europeu no século 17. O papel de Rembrandt é representado pelo britânico Martin Freeman, conhecido principalmente pelo papel de Tim na comédia de TV The Office.
Com muitos palavrões e nudez, o filme procura desmistificar a personalidade de Rembrandt. "Acho importante infundir um senso de humor a esse personagem", disse Greenaway. "Isso o impede de ser o grande artista atormentado que é de certa forma de outro planeta."
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