Dentre as seis adaptações cinematográficas das aventuras do bruxo Harry Potter, O Enigma do Príncipe é, de longe, a mais fraca de todas. E o principal defeito deste novo filme que entra em cartaz hoje parece ser a frieza técnica com que o diretor David Yates conduz a maioria das cenas e dos diálogos. Em resumo, não deve agradar nem aos fãs mais ardorosos da série literária nem ao eventual espectador médio de cinema.
Para piorar, Yates que também comandou o longa-metragem anterior, A Ordem da Fênix (2007) parece ter se perdido no próprio emaranhado da trama o fio da meada da história que, aliás, se mostra cada vez mais difícil de ser transposta para a tela grande conforme se aproxima do fim. E isso muito mais por inabilidade de seus condutores que pela recorrente justificativa da "curta" duração dos filmes.
Ao longo de generosas duas horas e quarenta minutos de projeção, em diversos momentos O Enigma do Príncipe parece se "arrastar", com diálogos e cenas que podem soar confusas ou entediantes para os não-iniciados na obra de J.K. Rowling. Ainda mais que os poucos "enigmas" esclarecidos durante o filme não justificam tamanho investimento de tempo. Além disso, Yates não aproveita o fato para explorar o lado psicológico dos personagens nem de suas relações como a de Dumbledore e Harry.
A exceção fica por conta do jovem Draco Malfoy. O arquirrival de Harry ganhou atenção especial do diretor, que destacou o sofrimento do rapaz com uma terrível missão que lhe foi imposta por Lord Voldemort. As cenas mais sombrias e boas do filme envolvem justamente o aprendiz de Comensal da Morte.
Sem ação
Quem espera grandes batalhas e ação em O Enigma do Príncipe também vai se decepcionar. À exceção de umas poucas cenas, o longa não se mostra tão exuberante quanto os anteriores nesse sentido. Nem o "grande final", com a morte de um dos principais personagens, chega a encher os olhos.
Por outro lado, quem ganha terreno no novo cenário são os romances. A garotada de Hogwarts deixa de lado a timidez e parte para o flerte, o que rende algumas passagens divertidas.
Com poucas virtudes e grandes defeitos, só cabe aos "pottermaníacos" de plantão identificar em O Enigma do Príncipe o abismo de qualidade entre livro e filme. No final das contas, Yates parece ter tido apenas um objetivo: chegar logo em Harry Potter e as Relíquias da Morte, adaptação do sétimo e último livro da saga que, no cinema, será dividido em duas partes a serem lançadas em 2010 e 2011, ambas sob o comando do próprio Yates. GG1/2
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