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Ricardo Darín e Martina Gusman contracenam no longa-metragem Abutres, produção inédita no Brasil do cineasta argentino Pablo Trapero | Divulgação
Ricardo Darín e Martina Gusman contracenam no longa-metragem Abutres, produção inédita no Brasil do cineasta argentino Pablo Trapero| Foto: Divulgação

PROGRAMAÇÃO

Confira os principais destaques da programação da 5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que incluem filmes inéditos no país.

Dia 17

19h – Sessão de Abertura, com o filme Abutres (Argentina, 2010), de Pablo Trapero.

Dia 18

14h – A Verdade Soterrada (Uruguai/ Brasil, 2009, documentário), de Miguel Vassy; e Rosita Não Se Desloca (Colômbia, 2009, documentário), de Alessandro Acito e Leonardo Valderrama

16h –Kamchatka (Argentina, 2002), de Marcelo Piñeyro.

18h –A Batalha do Chile II– O Golpe de Estado (Chile, 1975, documentário), de Patricio Guzmán.

20h –Vidas Deslocadas (Brasil, 2009, documentário), de João Marcelo Gomes.

Perdão, Mister Fiel (Brasil, 2009, documentário), de Jorge Oliveira.

Dia 19

14h – Curtas brasileiros: Avós, de Michael Wahrmann; Aloha, de Paula Luana Maia e Nildo Ferreira; Carreto, de Marília Hughes e Claudio Marques; Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro.

*Sessão com audiodescrição.

20h – Carnaval dos Deuses (Brasil, 2010), de Tata Amaral; Meu Companheiro (Argentina, 25 min, 2010, documentário), de Juan Darío Almagro; Leite e Ferro (Brasil, 72 min, 2010, doc), de Claudia Priscilla.

Dia 20

16h – Halo (Uruguai, 2009), de Martín Klein; e Andrés Não Quer Dormir a Sesta (Argentina, 2009), de Daniel Bustamante.

20h – O Filho da Noiva (Argentina, 2001), de Juan José Campanella.

Dia 21

16h – Curta brasileiro: Carreto e Bailão, de Marcelo Caetano. Curta do Equador: Defensa 1464, de David Rubio.

18h – O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006), de Cao Hamburger

Dia 22

14h – Pra Frente Brasil (Brasil, 1982), de Roberto Farias.

*Sessão com audiodescrição.

18h – Cinema de Guerrilha (Brasil, 2010, documentário), de Evaldo Mocarzel.

20h – Groelândia, de Rafael Figueiredo (Brasil, 2009).

Mundo Alas (Argentina, 2009), de León Gieco, Fernando Molnar e Sebastián Schindel .

Dia 23

14h – Ensaio de Cinema (Brasil, 2009), de Allan Ribeiro; 108 (Paraguai, 2010, documentário), de Renate Costa.

16h – Vlado, 30 Anos Depois (Brasil, 2005, documentário), de João Batista de Andrade.

18h – A História Oficial (Argentina, 1985), de Luis Puenzo.

20h – XXY (Argentina, 2006), de Lúcia Puenzo.

Vitrine italiana

Outra mostra, organizada pelo Consulado Geral da Itália, abre hoje, no Cineplex Batel, com exibição, sempre às 20h30, de cinco filmes italianos, quatro deles inéditos no Brasil, vistos no Festival de Veneza, em maio deste ano.

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Refletir diversas questões relacionadas aos direitos humanos por meio de narrativas cinematográficas. Esta é a intenção da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira e patrocínio da Petrobras, que chega à sua quinta edição com uma programação gratuita recheada de boas produções. São 41 filmes, entre longas e curtas-metragens do Brasil e de outros dez países latinos, que serão exibidos em 20 capitais do país.

Em Curitiba, a mostra abre hoje, às 20 horas, na Cinemateca de Curitiba, com a exibição do thriller Abutres, a mais recente produção do argentino Pablo Trapero (de Família Rodante e Leonera), apresentado na mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, em maio passado.

O ator Ricardo Darín (do oscarizado O Segredo dos Seus Olhos), homenageado do evento que protagoniza boa parte dos filmes selecionados, é um "abutre" – como são chamados os advogados que procuram as vítimas de trânsito para propor indenizar as seguradoras e, assim, obter uma generosa comissão – que se envolve com uma enfermeira viciada em morfina (Martina Gusman). Ela cuida de acidentados e não aceita que ele continue a praticar esse trabalho. Em nome dela, ele tentará tomar outro rumo, mas será impedido pela espiral de violência em que se envolve.

A começar pelo longa argentino, todos os filmes serão exibidos com close caption, permitindo o acesso dos deficientes auditivos. No dia 22, às 14 horas, um clássico nacional contará com áudiodescrição, para o público com deficiência visual: é o longa-metragem Pra Frente Brasil (1982), de Roberto Farias, que ga­­nhou o Kikito de melhor filme no Festival de Gramado.

O filme retrata os anos de chumbo brasileiros ao contar a história de Jofre (Reginaldo Faria), um pacato trabalhador casado com Marta (Natália do Valle) e pai de dois filhos. Ao dividir um táxi com um militante de esquerda, ele é confundido com um guerrilheiro, preso e submetido a sessões de tortura. Dado como desaparecido, a esposa e Miguel (Antônio Fagundes), irmão dele, tentam encontrá-lo, mas se deparam com a má-vontade da polícia em investigar o caso.

Pra Frente Brasil faz parte da retrospectiva histórica da mostra, Direito à Memória e à Verdade, formada por títulos que retratam as ditaduras militares que assolaram a América do Sul em décadas recentes. Entre elas, destaque para o argentino A História Oficial (1985), de Luís Puenzo, que recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro ao narrar o drama de Alicia, uma professora de história (Norma Alejandro, melhor atriz no Festival de Cannes) que suspeita que sua filha adotiva seja uma desaparecida política.

Kamchatka (2002), de Marcelo Pineyro, que será exibido na quinta-feira, às 16 horas, também aborda a ditadura militar, sob o ponto de vista de Harry (Matías Del Pozo), um menino que se refugia com os pais (Ricardo Darín e Cecília Roth) em uma fazenda. Sem compreender direito o que se passa, ele vê a repressão como um jogo envolvendo alienígenas e militares – inclusive, como passatempo, o garoto passa as noites jogando uma espécie de War com o pai.

O olhar infantil sobre a ditadura militar também marca a narrativa do brasileiro O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburguer, em que Mauro, um garoto de 12 anos, que sonha ver o Brasil tricampeão mundial de futebol, é separado dos pais e obrigado a viver com o avô em uma "estranha" comunidade – o Bom Retiro, bairro paulistano que abriga judeus, italianos, entre outras culturas.

Confira outros destaques da mostra no quadro abaixo.

Serviço:

5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos. De 17 a 23 de novembro, na Cinemateca de Curitiba (R. Carlos Cavalcanti, 1.174), (41) 3321-3252. Entrada franca.

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