Veja a lista de filmes com Jack Nicholson que você não pode perder:
* Easy Rider Sem Destino* Cada um Vive como Quer* Ânsia de Amar* Chinatown * Um Estranho no Ninho * Passageiro: Profissão Repórter * O Iluminado * Laços de Ternura* A Honra do Poderoso Prizzi* Batman * Ironweed* A Difícil Arte de Amar* Questão de Honra* As Confissões de Schmidt* Os Infiltrados
Robert De Niro, Al Pacino, Robert Duvall, Dustin Hoffman, Gene Hackman. Um time de grandes atores de uma mesma geração para diretor, roteirista ou produtor algum colocar defeito. Juntos, venceram oito Oscars e foram indicados ao prêmio dezenas de vezes. Nenhum deles, contudo, adentrou a terceira idade com o mesmo vigor e o mesmo poder de fogo nas bilheterias do que o companheiro de turma Jack Nicholson, septuagenário desde o último dia 22 de abril.
Recordista em indicações ao Oscar entre atores do sexo masculino, com nada menos do que 13 citações, Nicholson venceu três vezes: duas na categoria principal, por Um Estranho no Ninho (1975) e Melhor É Impossivel (1997), e uma como coadjuvante, pelo seu desempenho em Laços de Ternura (1983). No ranking da Academia, perde apenas para Meryl Streep, que concorreu à estatueta em 14 ocasiões.
Compará-lo a seus colegas de geração, contudo, é uma temeridade. Ao contrário dos ítalo-americanos De Niro e Pacino e de Hoffman, por exemplo, não seguiu a cartilha do Actors Studio, que formou e lançou mitos do palco e das telas como Marlon Brando, James Dean e Paul Newman. Nicholson não é um ator cujas interpretações se baseiem na interiorização do personagem e na transformação física e emocional, traduzida em mudanças que vão da aquisição (ou perda) de dezenas de quilos ou na assimilação de sotaques, tiques e maneirismos.
No fundo, todos os papéis vividos por Jack têm muito dele mesmo. Não importa se o personagem for um detetive particular típico do cinema noir (Chinatown, de Roman Polanski); um sujeito alterado, mas não louco, confinado injustamente a um manicômio psiquiátrico (O Estranho no Ninho, de Milos Forman); ou um mendigo alcóolatra durante a Grande Depressão (Ironweed, de Hector Babenco).
A sobrancelha que se arqueia em sinal de ironia eminente, o sorriso cheio de dentes, mas algo enigmático e sarcástico, e a entonação de voz que sempre parece dizer mais do que suas falas, guardando um subtexto que pode incomodar ou fascinar o espectador. Esses traços todos os personagens de Nicholson guardam em comum.
Adorado pela mídia e pela própria classe artística, que se diverte e inveja sua forma ao mesmo tempo blasée e bem-humorada de encarar a própria celebridade, Jack quase sempre soube escolher muito bem seus filmes. Tanto que tem um número inacreditável de sucessos de bilheteria no currículo, mas do que qualquer um entre seus colegas de geração. Também nunca teve medo de ser pop: que ator com dois Oscars no currículo teria a pachorra de aceitar o papel do vilão maquiado Coringa em Batman há que se levar em conta aqui tratar-se do primeiro filme da série, portanto uma incógnita que poderia muito bem ter se tornado um retumbante fracasso. Não foi o que ocorreu, a história ensina.
Outra característica notável no currículo de Jack é sua disponibilidade para descer do pedestal (ou do salto, como queiram) e fazer papéis coadjuvantes em filmes estrelados por grandes nomes. Exemplos: o hilário astronauta aposentado de Laços de Ternura, melodrama familiar estrelado por Shirley McLaine e Debra Winger; o comandante militar autoritário e sádico de Questão de Honra, cujo elenco foi encabeçado por Tom Cruise, então no auge de sua carreira, e Demi Moore; e, mais recentemente, o chefão da máfia irlandesa de Os Infiltrados, protagonizado por Leonardo Di Caprio e Matt Damon.
Filme-cabeça
Merece ser lembrada, também, a coragem de Nicholson de encarar filmes de perfil mais difícil e menos popular, como o clássico de Michelangelo Antonioni Passageiro: Profissão Repórter, que estrelou ao lado da francesa Maria Schneider, revelada por O Último Tango em Paris, de Bernanrdo Bertolucci. Nessa seara também está sua magnífica atuação como o beberrão sem-teto Francis Phelan, de Ironweed, versão para o cinema do romance Vernônia, de William Kennedy, primeiro filme hollywoodiano do cineasta argentino-brasileiro Hector Babenco. Fracasso de bilheteria, o longa-metragem, hoje esquecido e indisponível em DVD até nos estados Unidos, rendeu a Nicholson e a Meryl Streep, sua companheira de elenco, merecidas indicações ao Oscar.
O que falar, então, de sua parceria com Stanley Kubrick em O Iluminado? Poucos atores na história do cinema encarnaram de forma tão absoluta a loucura e o terror do que o maníaco que, ao perder a razão, decide dizimar sua família em um remoto hotel coberto de neve, na adaptação do romance de Stephen King.
Quem viu Jack na última entrega dos prêmios da Academia deve ter notado que ele estava careca. Muitos especularam sobre sua saúde bobagem. Bobagem. Em seu próximo filme, The Bucket List, de Rob Reiner (de Harry e Sally Feitos Um para o Outro), ele e Morgan Freeman vivem dois pacientes terminais de câncer que resolvem literalmente, chutar o balde e fugir do hospital para viver os dias que lhes restam intensamente. Mais um provável sucesso de uma carreira, sem exagero, espetacular.
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