Uma vez grunge, outrora alternativo e agora caipira. O músico e compositor norte-americano Ben Kweller deixou a fama de garoto prodígio de lado e assumiu de vez sua verve texana. Calçou as botas de couro, vestiu uma calça justa, chamou o amigo e guitarrista Kitt Kitterman e gravou Changing Horses (ATO), seu quarto álbum de estúdio, lançado nos Estados Unidos dia 3 de fevereiro.
Muito longe do barulho de Radish (sua primeira banda de verdade, inspirada no Nirvana), e também distante das baladas nervosinhas-assobiáveis de Sha Sha (2002), álbum que o projetou mundialmente como artista-solo, o novo disco é uma guinada considerável rumo ao sudoeste dos Estados Unidos e às suas primeiras referências musicais.
Em seus 36 minutos, há doses consideráveis de notas feitas em pedal steel guitar, espécie de "guitarra deitada" de dez cordas, que é tocada com uma barra de aço na mão esquerda e palhetas na direita. Explica-se: é o som típico de filmes de caubóis.
Em "Gypsy Rose" e "Old Hat", as primeiras duas faixas, Kweller aposta nas letras. Voz, violão e os pedais de Kitterman o confundem rapidamente com Neil Young.
"Fight", a terceira faixa, saiu como single pouco antes de o disco ser lançado, criando enorme expectativa entre os fãs. Um refrão chicletudo, cheio de vozes em terça, lembram o antigo garoto do rock alternativo. Mas logo o solo de honky-tonk chega para mostrar que, agora, a história é outra.
A triste "Ballad of Wendy Baker", já na metade do disco, retrata com pessimismo a solidão de um garoto que perdeu o sorriso de sua garota. Aqui, cordas dão o diferencial, fazendo o neocaipira se aproximar de Ryam Adams. "Eu continuo te perdendo", canta Kweller.
Depois da fossa, a mais animada de Changin Horses. "Sawdust Man", balada ligeira ao piano, é a que chega mais perto de composições anteriores do músico. Quebras constantes de andamento e o toque folk não há mesmo como fugir dele finalizam a canção.
"Wanting Her Again" e "Things I Like to Do" são outras que poderiam fazer parte da trilha sonora de qualquer saloon respeitável dos Estados Unidos.
Mas o melhor está no final. Em meio aos vocais e gritos (contidos) de "On Her Own", a penúltima, Ben Kweller está enérgico e soa, novamente, jovem. E prova que a escolha em mudar de ares e de sons aos 28 anos foi muito bem planejada. GGG
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