Reconhecimento
Confira alguns dos prêmios recebidos por O Som ao Redor dentro e fora do Brasil:
Brasil Festival de Gramado Melhor direção, som e filme (Júri Popular e da Crítica). Festival do Rio (Mostra Première Brasil) Melhor filme e roteiro. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo Prêmio Itamaraty de melhor filme brasileiro.
Exterior Festival de Roterdã Prêmio Fipresci, da imprensa especializada internacional. Festival de Oslo Prêmio Fipresci.
O filme nacional mais importante deste ano só estreia no Brasil em janeiro de 2013. Em compensação, nos Estados Unidos, onde entrou em cartaz há alguns meses, O Som ao Redor, primeiro longa do diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho foi recebido com críticas entusiasmadas, senão consagradoras.
A. O. Scott, respeitado crítico do jornal The New York Times, o listou como um dos dez melhores do ano, à frente de possíveis indicados ao Oscar de melhor filme, como Argo, thriller político de Ben Affleck, e de Moonrise Kingdom, comédia dramática de Wes Anderson. O site IndieWire, principal portal de notícias sobre o cinema independente, realizado fora ou às margens dos estúdios de Hollywood, o escolheu como segundo melhor do ano, atrás apenas de Indomável Sonhadora, drama de Benh Zeitlin, que também deverá figurar entre os concorrentes ao prêmio da Academia.
No Brasil, o drama de Mendonça Filho venceu nas categorias de melhor direção e melhor filme (júris popular e da crítica), no Festival de Gramado deste ano; os troféus de melhor filme e roteiro no Festival do Rio; e o Prêmio Itamaraty de melhor longa nacional da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, entre outros.
Urbano
O Som ao Redor foi rodado na rua onde Mendonça vive, situada no bairro Setúbal, de classe média abastada, na zona sul de Recife. A região, no filme, é quase toda controlada por Francisco (Waldemar José Solha), um senhor de engenho que hoje vive na cidade grande, cercado de filhos e netos, mas de certa forma ainda a defender uma ordem social patriarcal e autoritária apenas disfarçada por uma fachada de modernidade ele é o dono de quase todos os imóveis.
Embora reine uma aparente tranquilidade na vizinhança, a calmaria não convence: há uma tensão, de início apenas sugerida, que sobretudo se apresenta por meio de sons daí o título do filme. Latidos de cães, barulhos de aspiradores de pó, carros freando, vozes, apitos, sirenes. Todos têm significados e servem de costura para a trama, que ganha novo rumo quando Francisco permite que Clodoaldo (Irandhir Santos, de Tropa de Elite 2) se instale na rua com um serviço particular de segurança. Discute, entre outros temas, o conflito entre classes, violência urbana, milícias e especulação imobiliária.
Segundo A. O. Scott, do The New York Times, "Mendonça faz uma crônica dos ritmos da vida em um complexo residencial afluente na cidade costeira de Recife". "O que emerge é um retrato sutil de uma sociedade que vive os espasmos de uma rápida transformação social, ao mesmo tempo em que é assombrada pelas crueldades de seu passado feudal".
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