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Não é exagero. Na última sexta-feira (21), os curitibanos puderam conferir uma amostra do que será o futuro do cinema, quando o Dom Bosco Imax Theatre, localizado no Palladium Shopping Center, exibiu 15 minutos do filme em 3D Avatar, de James Cameron, previsto para estrear no dia 18 de dezembro.
A exibição foi parte de uma estratégia mundial de divulgação naquele momento, convidados presentes em 440 salas de 58 países assistiam aos mesmos trechos aleatórios da primeira parte do filme. Cameron aposta em uma produção completamente diferente de seu último longa-metragem, Titanic (1997), recorde de bilheteria da história do cinema, para atrair um público jovem que prefere baixar filmes de graça no computador a pagar um ingresso caro para ir ao cinema.
Feito que conseguirá sem dificuldades, a julgar pela maré de gente atraída para a exibição de sexta-feira foi necessário organizar mais uma sessão, além da prevista, para abrigar as 700 pessoas que aguardavam na fila. "Nunca vi nada igual", disse um convidado que tinha acabado de assistir à primeira sessão à reportagem do Caderno G.
O filme com orçamento de cerca de US$ 240 milhões investe em um mix de tudo o que interessa à nova geração: há referências a games, quadrinhos e animação. E também não faltam elementos de filmes de ficção científica, aventura e até romance. Em Avatar, Jake Scully (Sam Worthington, de O Exteminador do Futuro 4 A Salvação) é um ex-fuzileiro naval paraplégico que se voluntaria para participar de uma missão no planeta Pandora, habitado pela espécie NaVi, formada por seres muito altos, fortes, azuis e com rabo.
Para cumprir a missão, Scully deve se transformar em um NaVi, em uma experiência de laboratório. Em Pandora, ele terá como parceira uma guerreira NaVi durona, com quem vai compartilhar, sempre às turras (provavelmente, até o momento em que se descobrirem apaixonados), uma aventura em meio a florestas fluorescentes e animais bizarros e ferozes.
Mais do que entender do que se trata o roteiro, no entanto, o público presente na sessão pôde sentir o gostinho do que será "vivenciado" em dezembro. Sim, porque em um filme onde as florestas são vertiginosas, os monstros saltam em sua direção e os personagens parecem estar ali, na mesma sala que você, "assistir" já não é o melhor verbo a ser utilizado. A proximidade com o que se vê nas telas é tanta que pode estressar os menos acostumados às realidades virtuais cada vez mais comuns na internet.
A experiência de ver Avatar, no entanto, só se concretiza no cinema. Ponto para a indústria cinematográfica, que conseguirá manter, pelos menos por mais alguns anos, o público dentro das salas de projeção.