Fim de semana de ano-novo sem estréias nos cinemas de Curitiba. Tradicionalmente, não há mesmo muitos lançamentos nesse período do ano, mas a capital não conseguiu receber nem mesmo algum novo título da interminável lista de produções que já estrearam em outras praças e ainda não aportaram por aqui. Sem novidades, vale comentar uma fita que estreou na semana passada e que ainda não havia recebido resenha do caderno.

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Os grandes nomes da música clássica já renderam os mais variados tipos de filmes, o mais lembrado talvez seja Amadeus, de Milos Forman, sobre Mozart (que por sinal teve celebrado, em 2006, os 250 anos de seu nascimento), vencedor de oito Oscar. Ludwig van Beethoven, contemporâneo do músico austríaco, também recebeu sua cinebiografia há alguns anos – Minha Amada Imortal, com Gary Odlman no papel central.

O compositor alemão é novamente retratado na tela grande em O Segredo de Beethoven, de Agnieszka Holland, em cartaz na cidade. Mas a diretora polonesa opta por realizar uma ficção, centrada nos últimos dias do músico, na época do lançamento de sua obra mais conhecida: a Nona Sinfonia.

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Na trama, Beethoven – interpretado com muita competência por Ed Harris (Pollack) – precisa de um copista para passar a limpo as partituras da nova obra, que está apenas a alguns dias de ser interpretada pela primeira vez. A tarefa, antes realizada por um veterano profissional, é repassada para a estudante Anna Holtz (a bela Diane Kruger, a Helena de Tróia), que enfrenta a recusa inicial do mestre e seus arroubos de gênio um tanto insano. A complicada relação dos dois segue pelo filme, com Beethoven se afeiçoando aos poucos à devotada aluna, que sonha um dia também ser uma grande compositora.

A produção não tem muitas surpresas, podendo ser considerada quase um telefilme histórico se não fosse pela bela cena da apresentação da Nona Sinfonia, que realmente emociona o espectador – são pouco mais de dez minutos primorosos de cinema, que focam principalmente a parte cantada da obra, com o impressionante coro. Beethoven, quase surdo, sempre se atrapalha ao reger uma orquestra. Mas ele é ajudado na condução da Nona Sinfonia por Anna, que fica escondida no palco do teatro, dando as dicas de como o maestro deve comandar os músicos.

O problema é que este climax chega muito antes do final do filme, tornando o restante da história enfandonho e sem muito sentido. GG1/2