Número um diz respeito à técnica inovadora. Nunca antes um escritor manipulou tão bem a estrutura em que uma história se insere dentro de outra e esta, numa terceira. Há a versão do crime apresentada pelo cliente, depois ocorre a investigação da dupla Holmes e Watson e, por fim, há o desfecho, quando descobrem o que de fato ocorreu.
Número dois é ambientar as narrativas num mundo conhecido, seja em Londres ou em seus arredores. Até então as aventuras eram em terras bizarras, desconhecidas e distantes.
Três: embora não fosse novidade, o jogo proposto ao leitor de que tudo no livro era fato e não ficção acabou detonando um tipo de culto em torno da obra. Conan Doyle assumiu o papel de agente literário do médico Watson que, por sua vez, descrevia as peripécias do amigo Holmes.
Mesmo hoje, para um fã, aceitar o jogo é parte da diversão. Prova disso é a edição definitiva de Leslie S. Klinger. Num prefácio cuidadoso, feito em 2003, o organizador explica a Era Vitoriana (fundamental para se entender o contexto da obra), dá a biografia de Conan Doyle e, em seguida, apresenta Holmes e Watson como figuras históricas, com data de nascimento, morte e tudo mais. "Eu perpetuo a agradável ficção de que Holmes e Watson realmente existiram", diz Klinger no prefácio.
Na realidade, eles existem. Abra um livro e veja.
Lula vai trabalhar crise dos deportados internamente sem afrontar Trump
Delação de Mauro Cid coloca Michelle e Eduardo Bolsonaro na mira de Alexandre de Moraes
Crise do Pix, alta de alimentos e Pé-de-Meia mostram que desconfiança supera marketing de Lula
Tiro no “Pé-de-Meia”: programa pode levar ao impeachment de Lula; ouça o podcast