O gênio Seymour Hoffman

Assistir ao suspense de espionagem O Homem Mais Procurado, uma das estreias da semana nos cinemas, é ter certeza do brilhantismo e competência do ator Philip Seymour Hoffman. Morto em fevereiro desse ano, é ele quem segura o filme baseado no bestseller homônimo de John Le Carré, lançado em 2008.

Chefe de uma unidade do serviço secreto alemão, Hoffman é Gunther Bachman, experiente e excêntrico espião workaholic. Diferente do que faz com o próprio corpo – com muito cigarro, bebida e noites sem dormir – o agente tem o mérito de, diferente dos demais, cultivar a paciência e trabalhar com a observação, sem tomar atitudes precipitadas.

É esse método que ele usa para começar uma investigação, deflagrada com o personagem Issa Karpov (Grigoriy Dobrygin). O russo-checheno muçulmano chega de forma clandestina a Hamburgo, e busca ajuda com moradores da cidade que pertencem à sua comunidade religiosa, que está sob severa vigilância desde os atentados de 11 de Setembro de 2001.

Junto com a sua equipe, o cauteloso Gunther não enxerga motivos concretos que levem a uma abordagem imediata e violenta contra Issa, e prefere usá-lo para chegar a outros articuladores, como Faysal Abdullah (Homayoun Ershadi), um respeitado porta-voz da comunidade islâmica, que realiza atividades culturais e beneficentes. Porém, o agente desconfia que ele seja parte de uma rede de financiamento da Al-Qaeda (o que se confirma depois).

Jogo

Todo o andamento da trama é bastante envolvente. Porém, depois que uma agente de Berlim chega na cidade, é previsível que o plano de Gunther, por melhor articulado que seja, tem tudo para dar errado. O Homem Mais Procurado, enfim, traz vários elementos que o tornam um bom filme de espionagem. GGG