No último fim semana, chegou aos cinemas norte-americanos Elysium, ficção científica do sul-africano Neill Blomkamp, diretor de Distrito 9, indicado ao Oscar de melhor filme (Veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo). Na produção, que arrecadou US$ 30 milhões entre sexta-feira e domingo, cifra que o colocou no topo da lista das maiores bilheterias de estreia, o ator brasileiro Wagner Moura contracena com os astros hollywoodianos Matt Damon e Jodie Foster.
Vive o papel de Spider, um "coiote", traficante de pessoas que leva terráqueos para uma estação espacial onde vivem os muito ricos. Os pobres são condenados a viver em nosso planeta, que se esfacela física e moralmente.
Por seu desempenho, Moura recebeu um elogio e tanto da crítica Manohla Dargis, do jornal The New York Times, que classificou a atuação como "fantástica". Mas Elysium não é o único projeto internacional do ator baiano: ele também está confirmado para protagonizar Fellini Black and White, de Henry Bromell (roteirista da série Homeland), no qual viverá o papel do cineasta italiano, diretor de 8½ e Amarcord. O filme se passa em 1957, quando Fellini visitou Los Angeles para participar da cerimônia de entrega do Oscar. Na ocasião, ficou sumido por 48 horas e quase perdeu a festa. O longa resgata o que teria se passado nesses dois dias.
Por aqui, Moura deve ser visto ano que vem na superprodução nacional Serra Pelada, de Heitor Dhalia (de O Cheiro do Ralo) e promete estrear na direção com uma cinebiografia do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), um dos principais nomes da resistência ao regime militar a partir do Golpe de 1964.
Elysium tem estreia brasileira prevista para 20 de setembro. Enquanto o filme não chega, os fãs do ator podem vê-lo em DVD no drama A Busca, lançamento deste mês nas locadoras.
Primeiro longa-metragem do cineasta paulista radicado no Rio de Janeiro Luciano Moura, a produção traz Moura no papel de Théo, um médico que acaba de se separar da mulher, Branca (Mariana Lima), com quem vive uma relação ainda bastante tumultuada, marcada por sentimentos contraditórios: ele não desejou o rompimento, decisão da mulher.
Mesmo vivendo em casas separadas, o casal ainda se vê muito, por conta de Pedro, seu filho adolescente, vivido por Brás Antunes (filho do compositor e poeta Arnaldo Antunes).
Às vésperas do aniversário do garoto, a relação entre Théo e Pedro azeda. O menino não quer fazer um intercâmbio cultural no exterior, vontade do pai, e, para piorar a situação, vem trocando correspondências com o avô (Lima Duarte), que abandonou a família quando Théo era pequeno, causando-lhe uma mágoa imensa.
Essa escalada de conflitos e desentendimentos culmina com o desaparecimento, sem qualquer explicação, de Pedro. O sumiço, naturalmente, deixa os pais desesperados e Théo, tomado pela culpa de talvez ter sido responsável, larga tudo à procura do garoto.
Exibido no Festival de Sundance do ano passado com o título de A Cadeira do Pai e vencedor do prêmio de melhor longa de ficção (júri popular) do Festival do Rio 2012, A Busca mostra como Théo, diante do sumiço de Pedro, parte em busca do filho, que fugiu, acreditem ou não, no lombo de um cavalo. Essa jornada, que atravessa estados e situações diversas algumas bem dramáticas, outras cômicas atesta o talento de Wagner Moura como ator e anuncia Luciano Moura (que não tem parentesco com Wagner) como um diretor que, se não faz um filme ousado na forma, é capaz de prender a atenção e de emocionar em alguns momentos. GGG