Se existir algo que vá além do nonsense, Zohan O Agente Bom de Corte é esse algo. O diretor Dennis Dugan (O Pestinha) retoma a parceria com Adam Sandler (foto) e, em seu novo filme uma das estréias desta semana , cria uma seqüência de cenas inverossímeis e apelativas com um pano de fundo que remete à paz ou à possibilidade dela entre israelenses e palestinos.
Zohan Dvir, israelense ex-terrorista, é um pseudo-super-herói que não possui poderes embora seja capaz de parar uma bala de revólver com o nariz. O personagem de um Adam Sandler quase irreconhecível devido à espessa barba estereotipização do mundo árabe , viaja a Nova Iorque com o sonho de ser cabeleireiro. Na metrópole, apaixona-se por uma palestina, dona do salão onde trabalha. Por esperada coincidência, ela é filha do Fantasma (John Turturro), seu pior inimigo. Do outro lado, o empresário Walbridge (Michael Buffer) faz ser rentável o conflito entre Israel e Palestina mesmo nas esquinas da cidade.
Para contar essa história, cenas intencionalmente exageradas. Algumas tomadas abrem, à força, a boca do espectador. Seja por repulsa, surpresa, indignação e, às vezes, para um riso impossível de segurar dado o tamanho da barbárie que se vê. A começar pelo protagonista: um israelense musculoso que veste camiseta da Mariah Carey integrante do filme como piada pronta. Em meio às cenas em que Zohan faz flexões sem as mãos ou embaixadinhas com um gato, há espaço para gags envolvendo a série Rocky, Saddam Hussein e até Gene Simmons, judeu vocalista do Kiss.
Influenciado por Borat (2006), Zohan está no limiar entre o patético e o inexplicável. E talvez por isso mereça ser "apreciado".
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