Como seria a presença dos atores neste cenário| Foto: Divulgação/Soraya Sugayama

Curiosidades

• Carlos Renato Fernandes convidou os ex-prefeitos de Curitiba para escreverem suas impressões sobre a cidade no livro Curitiba – Brasil.

• Ivo Arzua Pereira, Saul Raiz, Roberto Requião, Jaime Lerner, Rafael Greca e Cassio Taniguchi, além do atual governante, Beto Richa, deixaram seus depoimentos.

• O próximo trabalho do fotógrafo curitibano retratará paisagens de Florianópolis, como o Morro da Lagoa, o Pântano do Sul e a Lagoa do Peri.

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Esqueça a Curitiba fria, nublada, cinzenta. A capital revelada pelo fotógrafo Carlos Renato Fernandes tem céu azul intenso com tons violáceos ou alaranjados. As imagens são vívidas e belas. Para registrar esta cidade "limpa e bonita", Fernandes procurou imprimir a melhor luminosidade de cada cenário nas páginas do livro Curitiba – Brasil (Autores Paranaenses, 216 págs., R$150), que será lançado esta noite na Livraria Curitiba do Shopping Estação.

"Algum tempo atrás, quando fiz o livro O Paraná, o professor René Dotti disse que eu era um fotógrafo mágico e ilusionista, porque quando ele ia aos locais que fotografei, não eram os mesmos das fotos. Se você for, encontrará camelôs, pedintes, paredes descascadas. Não quero mostrar a cidade assim, quero uma Curitiba tranqüila como conheci quando nasci, em 1938", explica o autor curitibano.

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Fernandes esteve atento à meteorologia e aproveitou a experiência anterior como retratista da natureza para planejar as imagens que desejava registrar. "Não saio com a câmera e vou ver o que fazer hoje, a maioria das boas fotografias são programadas. Vou justamente na época em que as casas e monumentos são pintados, as ruas estão limpas, as fachadas iluminadas.", conta. Foram três mil cliques para 256 imagens escolhidas, divididas entre parques, bosques e praças; arquitetura e urbanismo; arte e cultura; e cinturão verde e arredores da capital.

Curitiba – Brasil abriga também um pouco da história da cidade, em um capítulo com pinturas e fotografias antigas que contrastam com o crescimento urbano do sistema trinário de transporte e das edificações modernas. "São vistas que eu conservo desde a minha infância nos bairros, embora tenha havido uma evolução muito grande; paisagens típicas da colonização polonesa e ucraniana; a visão poética das principais ruas; casas antigas ainda preservadas; prédios envidraçados. Coloquei um apelo ecológico importante, porque é uma agressão construir uma cidade grande e é preciso conciliar o desenvolvimento à ecologia.", defende o fotógrafo.

Fernandes pretendeu fazer do livro um registro de como está a cidade no início do século 21. "O segredo da fotografia, para mim, é captar o instante e fazer com que as pessoas, de geração em geração, vejam o que foi feito naquela época, naquele segundo, e ficou congelado ali.", diz. Formado em Odontologia, foi a especialização em Radiologia que levou o fotógrafo a perceber a "mágica" das imagens que surgiam por trás de uma camada líquida. Começou a fotografar em preto-e-branco e a revelar manualmente suas fotos – um hobby que o fez largar o curso de Medicina no terceiro ano e, depois de aposentado, virou profissão.

Faltavam apenas quatro meses para a 8.ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade Biológica – COP-8 quando o fotógrafo recebeu do governo municipal o convite para compor um livro de fotos de Curitiba, que deveria ser lançado durante o evento, em março do ano passado. A empreitada foi aceita, mas o prazo teve de ser estendido. Desde então, passaram-se um ano e três meses dedicados ao registro da Curitiba de cartão-postal.

Serviço: Curitiba – Brasil, livro de Carlos Renato Fernandes. Lançamento hoje, às 19 horas, na Livraria Curitiba do Shopping Estação (Av. Sete de Setembro, 2775), (41) 2101-9000.

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