Grande destaque da primeira edição do Nhundiaquara Jazz Festival, que aconteceu no último final de semana os alemães ELF Trio deixaram em transe o “corredor do jazz”, montado no centro histórico de Morretes. A banda usa a formação clássica do jazz – bateria, piano e contrabaixo – para atacar um som que usa elementos do drum n’ bass, da melhor música eletrônica possível e mesmo do punk rock.
No meio do show, o inacreditável baterista Gerwin Eisenhauer contou ao público a história de como uma música da banda Blink 182 foi parar no repertório do trio. “Levei meu filho de 15 anos num show da banda e me tornei fã”, revelou. A banda também tocou uma versão “viajandona” da clássica “Man Machine”, da banda alemã Kraftwerk, e terminou com um samba jazz percussivo com o auxílio do excelente músico brasileiro Marcos Lobo. O Caderno G conversou com o pianista Walter Lang sobre a sonoridade da banda e sua relação com a música brasileira.
A música do ELF Trio faz uma fusão interessante do jazz clássico com sonoridades bem contemporâneas. Como vocês chegaram neste som?
Nosso baterista, Gerwin Eisenhauer, foi convidado para tocar drum’n bass com um DJ em algumas raves. Algum tempo depois ele nos convidou para nos juntarmos a eles nestas festas. O DJ parou de tocar de repente e nós continuamos e assim Trio ELF nasceu. Depois disso, nós passamos a procurar for músicas que funcionem com estas batidas e começamos a compor nosso material.
Há uma tradição de festivais de jazz, por que este gênero é mais gregário que os demais?
O jazz é uma grande comunidade e você pode tocar com qualquer um, não importa de onde a pessoa veio. O jazz é comunicação entre as pessoas e os instrumentos. E, também, nos festivais você consegue ouvir novos e interessantes sons, então é renovador tomar parte em um festival.
Em seu terceiro álbum vocês tem participação de Milton Nascimento. Qual é a realação do Trio ELF com a música brasileira?
No nosso primeiro disco gravamos duas músicas do Milton. Um dia eu o encontrei em uma festa no Rio de Janeiro e dei um CD para ele, Ele aparentemente gostou das nossas versões e concordou em gravar duas canções conosco. Uma grande honra. Eu pessoalmente escuto e amo muito a música deste país. Egberto Gismonti, Elis Regina, Tom Jobim, César Camargo Mariano, Mart’Nália, poderia falar por horas dos meus artistas brasileiros favoritos.
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