Raio x
Saiba mais sobre a história musical de João Bosco
1958
Ganha um violão verde e forma seu primeiro conjunto de rock: o X_GARE.
1967
Conhece o poeta Vinicius de Morais e com ele compõe algumas músicas.
1970
Conhece o poeta Aldir Blanc. Tornam-se parceiros em mais de uma centena de músicas.
1972
Conhece Elis Regina, que grava "Bala com Bala", música da parceria Bosco-Blanc.
1973
Muda-se para o Rio de Janeiro e grava seu primeiro LP pela RCA Victor.
1979
Lança Linha de Passe, que contém "O Bêbado e a Equilibrista". Conhecida como o hino da anistia política, foi gravado por Elis Regina e escolhida entre as 14 canções brasileiras do século.
1983
João Bosco faz sua primeira apresentação internacional. Era a "Brazil Night", no 17º Festival de Montreux, na Suíça.
1992
Lança João Bosco Acústico MTV, pela Sony Music.
2006
Lança CD e DVD Obrigado, Gente, gravado ao vivo no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
Para ouvir o João Bosco versão 2009, é preciso silêncio dos mais insistentes. Seu dedilhado ao violão nunca esteve tão perto de João Gilberto e suas letras jamais foram tão precisas. Em Não Vou pro Céu, Mas Já Não Vivo no Chão (Universal), seu novo disco, João é cool.
"A ideia é do Francisco Bosco (filho do músico). Quando ele ouviu, disse que devia deixar as canções se revelarem de uma maneira mais pura, mais limpa. Deixá-las fluirem naturalmente. Por isso elas têm essa sonoridade", disse João Bosco, por telefone, à Gazeta do Povo.
Outro fato dá ainda mais importância ao novo disco, que retira o mineiro do exílio musical de seis anos o último trabalho inédito havia sido Malabaristas do Sinal Vermelho (2003): a retomada, depois de 20 anos e 100 músicas, da parceria com o amigo e ex-desafeto Aldir Blanc. Depois de clássicos como "O Bêbado e a Equilibrista", "Kid Cavaquinho" e "Corsário", agora são quatro as músicas assinadas pela dupla: "Mentiras de Verdade", "Plural Singular", "Sonhos de Caramujo" e a densa "Navalha".
"Nós retomamos a amizade há algum tempo. A gente vem se encontrando, tomando uma cerveja. É negócio de amizade mesmo, não tem como. Já fomos parceiros intensos, exclusivos e profundos. Não é possível que a amizade seja retomada e o samba não", explicou Bosco.
Além de Blanc, o sambista-malandro Ney Lopes, o jovem parceiro Carlos Rennó e o filho Francisco ajudam a assinar as outras nove faixas. Baseadas em samba-canção tradicional, a música de João Bosco se desdobra deliciosamente também em bossa ("Tanto Faz") e no cool jazz ("Jimbo no Jazz"), esta em que homenageia Ray Charles, lembrado nos vocais que abrem a canção. Tido Madi, Orlando Silva, João Donato, entre outros, também estão no disco, seja em acordes-referência ou versos explícitos.
"Pensei nesse disco tal como ele está gravado. Inicialmente era para ser só voz e violão (assim são sete das 13 faixas) no disco todo. Para mim foi uma experiência nova porque foi praticamente uma gravação ao vivo. E rápida, porque já estava muito bem relacionada com essas canções", disse o músico. Foram apenas seis dias para arrematar todo o álbum.
Há algo de tenso em Não Vou pro Céu.... Os títulos das faixas ajudam a reforçar isso e a hipótese é confirmada quando entramos no universo que João Bosco explora.
"Eu tenho o pé no chão/ e o coração no ar", canta o mineiro em "Alma Barroca". "Não-ser virando ser" é o que traz "Plural Singular". "O sol/ o mar acende, prateado, quase glacial", é o que exclama em "Sonho de Caramujo". "Elas são de parceiros diferentes, mas dialogam entre si, as músicas têm afinidade. Conversando sobre isso com algumas pessoas, percebi que elas vão tendo ideias poéticas e descobrindo as músicas de maneira pessoal", diz Bosco, que completou 63 anos no último dia 13.
O fato de lançar um disco autoral e coeso a forma com que toca violão é genuína e incontestável e suas letras estão milhas acima da média nacional da MPB , o faz se destacar novamente perante vários artistas de sua geração, que relançam álbuns empoeirados ou se expõem de maneira desnecessária em discos ao vivo. Mas nada disso passou pela cabeça de Bosco.
"Não pensei nisso porque fiz o meu ofício. O compositor tem que compor, o escritor tem que escrever e o pintor tem que pintar. Temos sempre que estar preparados para uma ideia inédita. Elas surgem sem avisar", diz.
Com o novo disco, sua história na música brasileira que começou com João Bosco (1973) ganha um capítulo especial. Para o músico, a ideia de nação e da própria cultura brasileira devem ser lembradas por quem faz música por aqui. "Temos que saber a história da MPB e construir a nossa a partir dela", aponta.
Antes de lançar oficialmente o novo trabalho, com shows pelo Brasil no final de setembro, João Bosco parte para a Europa, onde, como convidado, participa da gravação do disco da NDR, uma big band alemã. Serão 16 músicas de Bosco e três de Tom Jobim no repertório.
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