São Paulo Nem todos os super-heróis das histórias em quadrinhos são exemplos de bom comportamento e idoneidade. E o exemplo mais radical disso é Authority Sob Nova Direção (Devir. 192 págs. R$ 43), de Warren Ellis, Mark Millar e outros autores, livro recém-lançado no Brasil.
O Authority do título é um grupo de sete super-heróis que luta para tornar o mundo melhor, quer o mundo queira ou não. Se há alguém no caminho, azar dele: o Authority é tão poderoso quanto impiedoso.
Essa maneira de agir, impondo a sua vontade ao mundo, faz com que o grupo destoe do universo de super-heróis tradicionais. Você não veria, por exemplo, o Super-Homem derrubando o governo de um país por considerá-lo tirânico. Ele segue leis; o Authority não tem esse problema, vai lá e pronto. Ao agir com uma moralidade própria, o grupo se torna tão diferente que fica difícil chamar seus integrantes de super-heróis. E é essa a intenção dos criadores: dar uma chacoalhada na leitura de quem está acostumado com heróis voadores e seus antagonistas malvados.
Essas são as premissas de Authority. Segundo a crítica dos EUA, onde as histórias foram originalmente publicadas, o resultado foi positivo. As duas sagas compiladas em Sob Nova Direção foram indicadas ao Prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos norte-americanos. Trevas Cósmicas, publicada originalmente em 2000, mostra o Authority enfrentando um inimigo poderoso e inusitado: Deus. A série concorreu ao prêmio Eisner em duas categorias melhor escritor (Warren Ellis) e colorista (Laura Dupuy, que foi premiada).
A história seguinte, Natividade, de 2001, foi indicada como melhor saga, melhor escritor (Mark Millar) e melhor equipe de desenhista e arte-finalista. Essas cinco indicações em dois anos mostram que a chacoalhada desejada talvez tenha acontecido antes do que os criadores esperavam.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura