
Ozzy Osbourne, o mítico ex-vocalista do Black Sabbath, de 63 anos, há muito tempo faz parte do folclore da música pop. A fama de maluco o acompanha desde os tempos de escola, quando a dislexia e o transtorno de déficit de atenção levaram-no a ser o palhaço da turma, o cara que pregava peças.
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E só aumentou com o sucesso da banda e o dinheiro, que abriram as portas para farras monumentais regadas a drogas e bebida. Quase sempre fora de si, Ozzy é o protagonista de algumas das maiores lendas do rock como o "apetite" por morcegos e pombas, demolições de quartos de hotel e bizarros strip-teases em jantares com executivos de gravadoras.
Toda essa aura sempre veio a reboque do seu inegável carisma, além do talento como cantor e compositor. Porém, desde que aceitou ter o cotidiano da família devassado pelas câmeras de tevê, na série The Osbournes (exibida pela MTV entre 2002 e 2005), Ozzy Osbourne tem sido assunto também pela sua degeneração física e mental, pelas brigas familiares e a permanente falta de noção. Uma espécie de Homer Simpson do metal.
Em God Bless Ozzy Osbourne, documentário que o cinema UCI do Shopping Estação exibe com exclusividade neste sábado, às 21 horas, você vai ter a oportunidade de conferir o real estado do Príncipe das Trevas. Por meio de imagens de bastidores da mais recente turnê do cantor, cenas de arquivo e entrevistas com o próprio, familiares, amigos e colegas de banda e profissão como Paul McCartney, Robert Trujillo (baixista do Metallica), Henry Rollins (ex-vocalista do Black Flag) e Tommy Lee (baterista do Mötley Crüe) , o filme mostra que Ozzy não está tão acabado assim: ele aparece levando a carreira muito a sério, como indica a preparação para os shows: o cantor é mostrado pulando corda, exercitando-se na bicicleta ergométrica, aquecendo a voz, escolhendo o repertório e se concentrando para encarar o público.
Ozzy também fala com bastante lucidez e franqueza desconcertante sobre os abusos com drogas e álcool, a vida na estrada, tragédias como a morte do guitarrista Randy Rhoads e a ausência da família. A relação dele com a família (ou as famílias, contando a primeira mulher, Thelma, e os filhos do primeiro casamento, Jessica e Louis) também é um dos pontos altos do documentário. Coproduzido pelo filho caçula, Jack Osbourne, com produção executiva da mulher, Sharon, o filme nem por isso é condescendente com o chefe do clã. Muito pelo contrário: numa entrevista, a filha mais velha, Jessica, ao ser questionada se Ozzy foi um bom pai, responde na lata: "Não...". As queixas são compartilhadas pelos outros filhos, Louis, Aimée, Kelly e Jack.
Mas, no fim, todos demonstram muito orgulho pelo pai ter conseguido se livrar da dependência do álcool e das drogas de acordo com o documentário, Ozzy está "limpo" há cinco anos. "Meu pai voltou a andar ereto, com o peito erguido, e parece estar mais em paz consigo mesmo", diz Kelly em determinado momento.
Em resumo: no filme de logo mais, você vai conhecer um pouco da infância e da juventude, a trajetória no Black Sabbath, o sucesso na carreira solo, as bizarrices e loucuras do velho Ozzy; mas também vai ter contato com os problemas de autoestima, com toda a dor e o arrependimento de um dos maiores artistas vivos. Que, é bom que se diga, merece todo o respeito. Deus abençoe Ozzy Osbourne! GGGG
Serviço
God Bless Ozzy Osbourne. Direção: Mike Fleiss e Mike Piscitelli. UCI Shopping Estação (Av. Sete de Setembro, 2.775), sala 5. Dia 29, às 21 horas. R$ 23 e R$ 11,50 (meia).
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