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Além de Scandurra na voz e na guitarra, a banda conta com mais quatro vocalistas | Divulgação
Além de Scandurra na voz e na guitarra, a banda conta com mais quatro vocalistas| Foto: Divulgação

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Serge Gainsbourg por Edgard Scandurra & Les Provocateurs

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dias 30 e 31, às 19 e às 21 horas (duas apresentações por dia). R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). A bilheteria abre de terça-feira a sexta-feira, das 12 às 20 horas, sábado, das 16 às 20 horas, e domingo, das 16 às 19 horas. Classificação indicativa: 16 anos. Sujeito a lotação.

Provocações

Confira algumas canções de Gainsbourg que geraram polêmica quando foram lançadas e que estarão nos shows deste fim de semana:

1969 – "Je T’aime… Moi Non-Plus" – O famoso dueto com Jane Birkin foi banido das rádios de vários países, incluindo o Brasil, devido ao erotismo explícito da letra e da gravação. A música chegou a ser registrada por Gainsbourg com Brigitte Bardot, para quem a canção fora originalmente composta. Casada, a atriz não quis que a gravação fosse lançada até 1986.

1979 – "La Marseillaise" – O hino da França foi gravado em versão reggae por Gainsbourg em Kingston, na Jamaica, causando a ira dos franceses mais conservadores. Apesar da polêmica, foi um grande sucesso no país.

1984 – "Love on the Beat" – Canção do álbum homônimo, que traz a também controversa "Lemon Incest" (dueto entre Serge e a filha, Charlotte Gainsbourg, então com 12 anos), "Love on the Beat" seria um trocadilho com a palavra "bite" – "pênis", em francês coloquial.

Era para ser uma comemoração dos 80 anos de nascimento de Serge Gainsbourg (1928-1991), em 2008, mas o tributo de Edgard Scandurra e a banda Les Provocateurs ao cantor francês segue rendendo apresentações além dos limites do bistrô no qual surgiu, o Le Petit Trou, em São Paulo – propriedade do próprio Scandurra e batizado com um verso de Gainsbourg.

O show chega ao Teatro da Caixa neste fim de semana, com o cantor e compositor carioca Fausto Fawcett como convidado. Os ingressos começam a ser vendidos hoje, ao meio-dia (veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

"Não sei o quanto em Curitiba as pessoas são ligadas à obra de Serge Gainsbourg. Mas em São Paulo foi surpreendente: achei que meia dúzia conhecia o trabalho dele, mas os shows eram sempre um sucesso. Muito mais gente do que eu pensava está ligada ao som dele", conta Scandurra, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.

Além da guitarra de Scandurra, percussão, bateria e baixo, a banda traz as cantoras Bárbara Eugênia, Juliana R. e Andréa Merkel – fazendo as vezes das musas a quem Gainsbourg dedicou suas composições, como Françoise Hardy, France Gall, Brigitte Bardot e Jane Birkin – e o vocalista francês Chris Hidalgo.

Fawcett vem com um estilo próprio que, de acordo com Scandurra, tem tudo a ver com a fase oitentista de Gainsbourg que o show deve ressaltar, com músicas como "Love on the Beat".

"Para cada convidado e para cada repertório que a gente pensa tem uma escolha muito ampla de músicas", explica Scandurra. Foi assim quando Wanderléa passou pelo show e puxou o repertório para os anos 1960.

"Com o Fausto Fawcett, pegamos um repertório mais debochado, provocativo, que é principalmente dos anos 1980, quando o Gainsbourg está mais velho e mais sem vergonha ainda", brinca Scandurra. "O Fausto também é um cara provocativo em sua poesia, seus escritos e suas músicas, e tem uma identificação grande com o Gainsbourg. Ele tem algumas versões em português, e canta muito bem em francês. A voz e a atitude dele combinam muito bem com a poesia do Gainsbourg."

O teor de provocação das letras – frequentemente sobre temas tabu –, junto com o comportamento boêmio e mulherengo, acabaram marcando a imagem de Gainsbourg de maneira "folclórica", conforme explica Scandurra.

"O que dá sobrevida a este projeto é o nosso amor à obra de Serge Gainsbourg, tanto de minha parte quanto de todos os integrantes da banda, e a necessidade que sinto de mostrar para as pessoas que ele era um gênio musical criativo, talvez desconhecido no Brasil por estarmos mais ligados à cultura americana e inglesa", diz Scandurra. "Dos anos 1950 até o fim da vida, ele estava produzindo discos, criando música, fazendo canções para outros intérpretes. Foi uma busca incansável para mostrar a sua poesia em vários estilos."

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