Will Ferrell sem maquiagam| Foto: Reprodução G1

Números

De R$ 130 a R$ 400, vão os preços dos ingressos, à venda nas livrarias Curitiba e FNAC, na bilheteria no local do espetáculo ou pela central Ticketmaster (pelo fone 4004-1007 ou pelo site www.ticketmaster.com.br).

2.500 lugares é a capacidade da tenda que abriga o espetáculo, montada no estacionamento do Centro de Convenções Expotrade (Rod. Dep. João Leopoldo Jacomel, n.º 10.454, portão 1 – Pinhais).

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Quem teve a chance de pagar de R$ 130 a R$ 400 para assistir Alegría, que abriu a temporada brasileira do Cirque de Soleil em Curitiba, na última sexta-feira (14), sabia que o espetáculo valeria cada centavo.

Afinal, desde que foi criado, em 1994, ele já foi aplaudido por mais de nove milhões de pessoas, em 15 países. Mas, ao final da apresentação, o veredito é um pouco diferente: a montagem consegue ser ainda melhor do que se imaginava.

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Pena que assisti-la é só para quem pode. Basta calcular o saldo final de uma noite: ingresso, estacionamento (R$ 20), lanche (refrigerante a R$ 4 e pipoca a R$ 14) e souvenir (camiseta a R$ 70; programa do espetáculo a R$ 25, entre outros itens). A justificativa, talvez, seja o alto custo da produção que, para viajar pelo mundo, desloca quase 200 pessoas e 800 toneladas de equipamentos.

Crítica feita, vamos ao espetáculo. Apesar de toda a sua estrutura grandiosa, trata-se de circo. Alegría mantém a aura das velhas lonas itinerantes – é, inclusive, inspirado na vida das famílias circenses que cruzavam a Europa. Por isso, começa com a mesma adorável despretensão dos circos tradicionais: enquanto o público busca seus assentos, alguns personagens vão entrando sorrateiros no picadeiro e, num piscar de olhos, já estamos mergulhados em uma atmosfera de sonho.

Os Velhos Pássaros Nostálgicos, criaturas decadentes que se comportam como se fossem jovens, chegam primeiro e aboletam-se no palco durante todo o espetáculo, misturando-se aos acrobatas e palhaços. Entram também o guia corcunda, os palhaços e o pequeno artista russo Nikita Moiseev, que anuncia o espetáculo em português irrepreensível.

Se você é tímido, careca ou barrigudo, cuidado! O guia e os palhaços adoram pregar peças em vítimas incautas. E por falar em palhaço, até quem não gosta deles (e acreditem, há sempre um chato, como esta jornalista que vos escreve) vai se encantar com a graça e o lirismo da dupla de clowns – um deles, o brasileiro Marcos de Oliveira Kazuo.

Nos intervalos entre os nove números – em que se alternam artistas com habilidades indescritíveis –, os dois roubam a cena com trapalhadas que alternam graça, malícia, ingenuidade e lirismo. A cena mais bonita talvez seja a criada pelo russo Slava Polunin (do Slava’s Snow Show), em que um palhaço foge de uma nevasca tão forte que atinge o público (moças de chapinha não vão se molhar).

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Mas, há quem diga que o melhor de tudo são as músicas, tocadas e cantadas ao vivo. Elas dão ritmo aos movimentos dos artistas, misturando o jazz ao pop, o tango e o klezmer – gênero musical judaico. Pena que, mesmo com quase três horas, o show acabe tão rápido. A frase é clichezão, mas é verdade: fica um gostinho de quero mais.