Teatro
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Charles Dickens era esperto. Dotado de um jeitão meio pesado de fazer literatura, cheio de adjetivos, criou obras que ultrapassaram gerações, como David Copperfield, As Aventuras do Sr. Pickwick e Oliver Twist. É que o sujeito sabia criar um bom drama, usou como ninguém o recurso do folhetim para atrair público e costurou suas tramas com umas boas doses de crítica social. Além, naturalmente, de personagens carismáticos, desses que a gente torce para que não sofram mais, e vilões muito do mal.
E Oliver Twist, que estreia hoje no Teatro Lala Schneider, é bem isso: uma soma de comoções e extremos. Basicamente, Oliver é um menino sem muita sorte na vida. O seu "vale de lágrimas" começa bem cedo. Sem pai, nem mãe, é encaminhado a um orfanato, onde sofre os diabos. As palavras de Dickens para descrever o menino são ainda mais curiosas: "era um pirralho, amarelo como um defunto e singularmente magro". "É marcante no texto como Dickens deixa claro quem é cruel e quem é bondoso. E quando o personagem é cruel, ele é cruel mesmo", diz a diretora Cris Betina Schlemer.
Publicado originalmente em jornal, entre 1837 e 1838, Oliver Twist é o primeiro romance em língua inglesa a ter uma criança como protagonista. Apesar da pegada infanto-juvenil, há de batedores de carteira a prostitutas, numa alegoria à decadência do império vitoriano inglês. Mas existe, como havia de ser, uma figura salvadora. "Nós buscamos reconstituir os cenários da época, mas evidenciando esse caráter de drama humano do texto, ainda contemporâneo", alega Cris.
Vilão
Uma das expectativas que uma montagem de Oliver Twist sempre gera é a de quem interpretará Fagin, um dos maiores antagonistas da literatura inglesa. Fagin é tão do mal que as crianças pequenas na Inglaterra são aterrorizadas com suas histórias, igual à nossa lenda do homem do saco. Contudo, Dickens sabia que para ter sucesso uma hora o sofrimento termina.
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