Coleção
Caixa Especial Martha Medeiros: Crônicas Temáticas Martha Medeiros. L&PM, três volumes, R$ 89,70.
Era para ser apenas uma única crônica, algo fora da rotina da (até então) publicitária Martha Medeiros. A boa repercussão rendeu o convite para um segundo texto, um terceiro, e assim por diante... Duas décadas depois, as crônicas de Martha figuram periodicamente no jornal gaúcho Zero Hora, veículo em que foram publicadas pela primeira vez, no carioca O Globo e em dez coletâneas. A trajetória de sucesso pode ser revisitada agora nos recém-lançados volumes Paixão Crônica, Felicidade Crônica e Liberdade Crônica.
"Não imaginava me tornar cronista de jornal, um amigo jornalista leu textos que eu andava escrevendo e os levou para o Zero Hora. Meses depois, perguntaram se podia publicar um deles", conta a autora.
É a primeira vez que a reunião de textos foi feita por temas os livros anteriores tratavam de reunir as crônicas mais recentes. Com o recorte temporal de 20 anos, Martha acredita que seu desenvolvimento como cronista ficará evidente para o leitor em cada um dos volumes:
"Quando comecei a publicar, chutava mais o balde. Com o tempo, o tom ficou mais sereno e responsável, mas isto não me impede de dizer o que penso, mesmo que contrarie outras pessoas."
Algumas características marcantes permanecem ao longo do tempo. Entre elas, está o tom de diálogo com o leitor, como se o narrador fosse um amigo a contar uma história. A autora expõe suas opiniões, na maior parte das vezes ancoradas em histórias pessoais, tratando de amor, sexo, família e outros temas sem medo de expor seus gostos e vivências.
Cada livro é composto por 101 crônicas, agrupadas em tópicos. Felicidade Crônica, por exemplo, é subdividido em "Curtir a Vida", "Amor-próprio", "Família e Outros Afetos" e "Viagens e Andanças". Enquanto isso, Liberdade Crônica traz temas como "A Mulher Contemporânea" e "Fé e Equilíbrio"; e Paixão Crônica tem divisões como "Amor e Dor" e "Sexo".
"Falo sobre o que acontece no nosso íntimo, o que sentimos, o que pensamos, como agimos, o que julgamos importante. Isso não é gaúcho nem carioca, nem paulista: são aspectos humanos que se repetem independentemente de diferenças culturais", analisa a escritora.
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