Espetáculo apresenta problema da mendicância como resultado do êxodo rural| Foto: Divulgação

Teatro

Veja este e outros espetáculos no Guia Gazeta do Povo

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As oficinas de criação dramatúrgica que vêm ocorrendo na cidade estão dando frutos. É o caso da peça Escrevinhando, com sessões até domingo no Miniauditório do Teatro Guaíra, cujo texto foi elaborado por Marize Zakrzewski durante um desses encontros, como desdobramento de um conto seu (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

"Escrevi depois de conhecer um morador de rua que vinha da roça e estava ali havia seis meses", contou a autora à Gazeta do Povo. O espetáculo já fez temporada durante o Festival de Curitiba de 2010, e agora ganha remontagem com Ronnald Antonio Pinheiro (que também dirige), Luiz Reikdal e Tammy Ceccon no elenco.

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Na trama, o mendigo iletrado está há cinco anos nas ruas da cidade grande. Um dia, encontra um gari que, acredita, sabe ler e escrever, e pede que redija uma carta à noiva, que ficara no campo, avisando que a vida na cidade não está tão fácil assim.

Do diálogo entre os dois surge a graça do espetáculo, que tem ainda como personagens uma cigana malandra, um poeta de rua e a noiva do rapaz. Participam ainda um dançarino (Rafael Vieira) e um músico (Michel Wilian, que executa a trilha sonora ao vivo).

Prêmio

A ideia do espetáculo surgiu depois que o texto de Marize foi escolhido como destaque numa mostra de criação literária da Fundação Cultural de Curitiba, em 2008, e encenado logo em seguida.

"O tema é incômodo, e cada vez mais atual, principalmente em Curitiba, onde a população de rua está crescendo", diz.

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Uma estimativa avalia em 4 mil os indigentes na cidade. A equipe de criação de Escrevinhando conversou com alguns, e percebeu em muitos a intenção de melhorar de vida. "Tem muita gente saudável, com idade entre 40 e 50 anos."

A importância do assunto levou o grupo a adaptar o espetáculo para apresentações em escolas. Nesse caso, a linguagem usada é a da contação de histórias – especialidade do ator Luiz Reikdal. Como os diálogos são sempre em ritmo de improviso, para crianças do ensino fundamental a peça ganha um tom mais leve.