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@ubiraleal

Essa camisa da Costa do Marfim parece vitamina C de sabor laranja quando você põe em copo muito cheio. Fica aquela coisa desbotada.

@tuliopb

Conhece a gripe da Copa? É aquela que chega bem na COPA e impede as pessoas de trabalhar, obrigando a ficar em casa tranquilo vendo a COPA.

@marinalang

E o vizinho me acorda tocando vuvuzela e abrindo uma lata de cerveja às 8h54, que beleza.

@rufatto

somos 190 milhões em uma só voz: FOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMM!

@LeoMendesJr @ubiraleal

Exagero ou não, há um critério. Essa expulsão, a do Kaká, aquela do nigeriano contra a Grécia, todas seguem a mesma linha.

@ericbiura

Taxista hj: "não sou ligado em Copa, só assisti Japão x Peru..." – hahahaha.

@bomdiaporque

E pensar que a gente ia chegar ao ponto de sentir falta do Elano...

@pvcespn

É a 10ª vez do Brasil de azul em copas do Mundo. O retrospecto: 7 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Para a Holanda, em 1974.

"É um poder de ordem simbólica"

O caso "Cala a Boca Galvão" talvez tenha sido o maior exemplo do poder de mobilização das redes sociais surgido no Brasil. Você acredita que o Twitter tem tanta influência na opinião pública?

O poder da organização e a mobilização das pessoas nos sites de redes sociais reside em algo que é anterior à rede: os atos de conversação cotidiana e as manifestações de compartilhamento de gosto ou de repúdio. Acredito que essa influência ocorra em duas vias: tanto o Twitter influencia a mídia massiva como vice-versa. É esse fluxo comunicacional que aparece em maior grau ou menor grau de acordo com a apropriação do artefato tecnológico.

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Novas mídias criam outros nichos na comunicação

Marcos Strecker é o responsável pelo gerenciamento de 23 canais no Twitter, algumas páginas no Facebook, e como ele mesmo diz, "permanece conectado a maior parte do tempo". O jornalista, editor de Redes Sociais do jornal Folha de S. Paulo, representa em termos práticos a importância que sites como Orkut, Facebook e Twitter têm para o dia-a-dia de um veículo de comunicação.

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Mostrar ou não mostrar

As redes sociais atendem a uma das necessidades mais básicas do homem contemporâneo: a de se tornar evidente. Com a diferença de que, a partir delas, ele satisfaz seu desejo de se revelar perante um número considerável de espectadores. Diante dessa plateia virtual, por vezes, acaba perdendo a medida e se expondo além da conta, ou até mesmo tendo sua privacidade sa­­crificada pelos próprios sites de relacionamento dos quais faz parte.

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Há três ou quatro metros do lugar onde este texto foi escrito, há uma televisão. Pendurada na parede, ligada quase em tempo integral quando há jogos da Copa do Mundo. E ai de quem trocar de canal. Fato curioso é que a tela, por mais que durante as partidas seja espaço para a representação imagética perfeita e instantânea do que acontece lá do outro lado do Atlântico, é ignorada por alguns instantes. Vira-se o pescoço ou gira-se a cadeira e, voilá, no monitor do computador, temos comentários – polêmicos, originais, descontraídos – sobre o jogo em questão.

Com o pontapé inicial da Copa do Mundo, assim como qualquer outro evento de caráter mundial, o serviço de microblog Twitter se tornou uma espécie de mural democrático. O site, assim como outros que propiciam a aproximação virtual, deflagrou um novo momento da opinião pública, que pode, no futuro, até mesmo influenciar a forma de se fazer jornalismo.

As opiniões de especialistas, por exemplo, têm sido em parte si­­lenciadas virtualmente por comentários de "pessoas comuns". A manifestação pública desses pontos de vista torna uma partida de futebol – ou outro acontecimento que suscite discussões –, algo mais complexo, que cria suas raízes históricas e links diversos em poucos minutos, ou com algumas tuitadas.

"A interação direta dos receptores a respeito do que está passando na televisão não é nova. Fazemos isso desde sempre, quando assistimos a televisão juntos. A diferença é que agora podemos fazer esses comentários e interagir com outras pessoas que estão assistindo ao mesmo programa em locais diferentes. Programas de televisão viram pressuposto para a interação", explica Lucina Reitenbach Viana, mestre em Co­­mu­­nicação e Linguagens pela Univer­­sidade Tuiuti do Paraná.

Já para Anderson Criativo, um dos organizadores do Social Media Day – evento que ocorreu em 500 cidades de 90 países no último dia 30 de junho –, as redes sociais tem um poder que extrapola a virtualidade. "Iniciativas como essa mostram que as redes têm uma força ainda maior, não só de reunir as pessoas na internet, mas de organizar grupos. O evento físico que or­­ganizamos mostra isso", diz o vo­­luntário. No Brasil, o Dia das Mí­­dias Sociais foi celebrado em São Paulo.

@brasil

Também durante esta Copa do Mundo, as redes sociais, especificamente o Twitter, demonstram seu poder. Como se estivessem sob o chamado efeito borboleta, brasileiros replicaram o twite "Cala Boca Galvão"(sic) momentos após a abertura do evento esportivo, no dia 11 de junho. O texto em repúdio, rejeitando o narrador e comentarista Galvão Bueno, da Rede Globo, entrou nos chamados Trending Topics – tópicos mais comentados no mundo – e lá ficou por seis dias. Para angariar twites internacionais com o mesmo texto, brasileiros espalharam histórias estapafúrdias – como a que dizia que Cala Boca Galvão seria um novo single da cantora Lady Gaga ou uma campanha para salvar pássaros amazônicos mortos durante os carnavais brasileiros. A maior piada já compartilhada por um país, quem diria, começou na internet.

"O que difere nesse exemplo é que a cobertura off-line dos meios de comunicação em massa deu uma grande importância ao caso. Esse é um fenômeno que vem se tornando cada vez mais comum, no qual o ambiente on-line das redes socais servem de fonte primária para os jornalistas", diz Lucina. O assunto foi capa da revista Veja, e destaque nos periódicos El País (Espanha) e The New York Times (Estados Unidos).

Off-line

Na contramão do fluxo on-line de informação, é a vida real, entretanto, a responsável por fazer crescer o número de usuários de redes sociais. O contato em tempo integral e sem barreiras geográficas com pessoas que nos são caras impulsiona alguns cliques diários.

"O principal motivo levantado em pesquisas quantitativas para a participação em redes sociais é a manutenção das amizades já existentes off-line. Acho que as pessoas entram para encontrar os amigos que já conhecem, e a partir daí surgem novas relações e interesses", explica Lucina Viana.

As redes sociais tornam-se, aos poucos, impossíveis de serem ignoradas. O uso inteligente desses meios pode trazer tanto benefícios como causar transtornos – a violação da privacidade, por exemplo. A boa notícia, como apontaram alguns entrevistados pela reportagem da Gazeta do Povo, é que estamos no meio do caminho dessas novas formas de comunicação e temos muito a descobrir sobre elas.

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