Solar do barão
Além do Museu da Gravura, prédio abriga mais dois museus e a Gibiteca de Curitiba.
Inauguração
Como espaço cultural, o Solar do Barão foi inaugurado em 1983, após restauração do prédio pela prefeitura. Estão no local o Museu da Gravura (1989), o Museu da Fotografia (1998, primeiro do gênero no Brasil e o segundo na América Latina), o Museu do Cartaz e a Gibiteca (criada em 1982 e transferida para o Solar em 1988). A Loja da Gravura, que coloca à venda obras de arte realizadas em várias técnicas de gravura, e a Sala Scabi, um auditório para apresentações, também fazem parte do complexo.
Histórico
As obras para a construção do Solar do Barão tiveram início em 1880 e terminaram em 1888, com o objetivo de servir de residência ao ervateiro Barão do Serro Azul. O projeto do prédio coube aos italianos Ângelo Vendramin e Batista Casagrande, que seguiram os padrões residenciais recorrentes na época.
Em 1894, após as tensões da Revolução Federalista e a morte do barão, uma outra casa foi construída ao lado do Solar para sua esposa e filhos. Em 1912, o Exército Nacional ocupou o imóvel, onde permaneceu até 1975, quando o edifício foi comprado pela prefeitura.
A cor vermelha escura do casarão histórico construído entre 1880 e 1888 para servir de residência ao Barão do Serro Azul salta aos olhos de quem passa pelos prédios apinhados da Rua Presidente Carlos Cavalcantti, uma das regiões mais movimentadas do centro de Curitiba. O imóvel também guarda histórias: o Exército Nacional ocupou-o de 1912 a 1975, até o local ser comprado e restaurado pela prefeitura da cidade. Quem vence o pesado portão de ferro na entrada se depara com um mundo à parte no Museu da Gravura, que faz parte do Solar do Barão, inaugurado em 1983 como centro cultural.
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Fundado em 1989, o Museu da Gravura já abrigou um dos mais importantes eventos da área no Brasil, a Mostra da Gravura, que ocorria na década de 1990, e também é um dos locais que exibem exposições da convenção anual de quadrinhos Gibicon.
O acervo de cerca de 5 mil obras traz raridades brasileiras e estrangeiras, como um autorretrato de Andy Warhol, quadros dos cariocas Daniel Senise e Cildo Meireles e gravuras em metal da francesa Louise Borgeois, famosa no Brasil pela escultura de uma enorme aranha exposta no Museu de Arte Moderna de São Paulo. "Possibilitamos o acesso às obras, mas também focamos em pesquisa e na prática nos ateliês", diz a coordenadora do museu, Ana González.
Além das obras, quem visita o espaço pode observar os estagiários e orientadores trabalhando em quatro ateliês: xilogravura (gravura que tem a madeira como matriz principal), litografia (gravura na pedra litográfica), gravura em metal e serigrafia há cursos esporádicos sobre todas as técnicas.
"Não há necessidade de ser artista para frequentar os ateliês. Qualquer pessoa interessada pode vir e tentar aprender, e temos recebido um público bem eclético", diz o orientador de gravura Nelson Hohmnn. Muitos "mestres locais da gravura", segundo o orientador, mantêm um canal frequente com o museu, seja ministrando algum workshop ou utilizando os espaços para a impressão de trabalhos.
Dentro dos ateliês também é possível encontrar relíquias. O de litografia, por exemplo, tem uma prensa alemã do final do século 19, cujo valor, de acordo com Ana, é "incalculável". No total, o museu tem quatro máquinas cada uma custa, em média, R$ 10 mil. "Todas elas utilizam um sistema trifásico e gastam muita energia. Por conta disso, também precisam de manutenção permanente", explica a coordenadora. No ateliê de xilogravura, uma das mesas, do final dos anos 1980, é uma espécie de obra de arte permanente. Na execução das matrizes com o formão (objeto pontiagudo utilizado na madeira), o instrumento acaba escapando e formando marcas no suporte. "São os registros alheios de centenas de artistas que já usaram essa mesa para trabalhar", conta Ana.
Documentos
O Museu da Gravura é um local propício para pesquisas curadores que realizam mostras sobre artistas gráficos costumam usar os arquivos para encontrar informações, fotografias e curiosidades. Dentro das gavetas dos antigos arquivos de ferro, a responsável pelo Centro de Documentação e Pesquisa, Vera Bassi Ferdinando, organiza os materiais sobre 9.600 artistas, divididos entre estrangeiros, brasileiros, paranaenses e fotógrafos.
A rotina de Vera, que trabalha no espaço desde 2008, é pesquisar em jornais e revistas sobre artistas novos ou já cadastrados. Por conta própria, a funcionária conseguiu doações de museus estrangeiros entre eles, diversos livros de arte italianos. "Escrevi uma carta em inglês, mas sei que muitos países da Europa não gostam da língua. Então, pedi ajuda para amigos que falam italiano e espanhol, e solicitei doações. Mandei para vários lugares, e acabou dando certo."
Problemas
Apesar da magia do casarão e da boa vontade de funcionários, é visível que a estrutura precisa de reforma. Além da equipe reduzida, rachaduras e infiltrações nas paredes dos ateliês podem ser vistas. Cupins nos corrimãos de madeira e o mármore quebrado das escadas também são problemas evidentes. Há pouca segurança, nenhum controle na entrada e também falta acessibilidade para deficientes físicos. Segundo Ana González, há uma negociação de reforma em andamento, mas ainda sem data ou orçamento previstos.
Cultura e Lazer | 2:49
Localizado em um casarão histórico, o Museu da Gravura de Curitiba reserva surpresas aos visitantes, mas também enfrenta problemas de infraestrutura. O espaço conta com um acervo de cerca de 5 mil obras brasileiras e estrangeiras.
Aprecie algumas imagens bacanas feitas no Museu:
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