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Por Tu Padre, com o ator argentino Federico Luppi | Divulgação
Por Tu Padre, com o ator argentino Federico Luppi| Foto: Divulgação

Serviço

Acompanhe os festivais de teatro de Belo Horizonte e Porto Alegre

FIT-BH

Período

O 10º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua acontece em Belo Horizonte entre os dias 5 e 15 de agosto. Abertura às 20 horas, no Palácio das Artes, com o espetáculo Donka, do grupo suíço Teatro Sunil.

Destaques

Entre as atrações: Dias Felizes (Bob Wilson – EUA/Itália), Woyzeck (Sadari Movement Laboratory – Coreia do Sul), FaberfEst (Faber Teater – Itália), O Banquete (Teatro Oficina), Lamartine Babo (CPT) e a curitibana Vida (Cia. Brasileira de Teatro).

Bilheteria

Ingressos a R$ 16 e R$ 8 (meia) por espetáculo, até 29 de julho. À venda no site do Ingresso Rápido. Programação completa e outras informações no site www.fitbh.com.br/2010/.

Poa Em Cena

Período

O 17º Porto Alegre em Cena será realizado na capital gaúcha entre os dias 8 e 27 de setembro. Abertura às 21 horas, no Teatro Bourbon, com o show Alkohol, o francês Goran Bregovic.

Destaques

Entre as atrações: Dias Felizes (Bob Wilson – EUA/Itália), O Idiota (Eimuntas Nekrosius – Lituânia), Por Tu Padre (Federico Luppi – Argentina), Chocolate (Maria João – Portugal), O Ato de Comunhão (Gilberto Gawronski), O Cantil (Companhia Teatro Máquina) e a curitibana Psicose 4h48 (Marcos Damaceno).

Bilheteria

Programação, venda de ingressos e outras informações no site www.poaemcena.com.br. Espetáculos a R$ 20 e R$ 10 (meia), à venda a partir de 29 de agosto.

  • O Idiota, do lituano Eimuntas: cinco horas
  • Woyzeck, da Coreia do Sul, se apresenta em Belo Horizonte
  • Dias Felizes, de Bob Wilson, em Belo Horizonte e Porto Alegre. Adriana Asti, a Winnie, contracena com a luz

Enterrada até a cintura, Winnie aponta uma arma contra a própria cabeça: a imagem da mulher soterrada que Samuel Beckett criou na peça Dias Felizes se torna mais impactante pelas mãos do diretor americano Bob Wilson, hábeis em elaborar visualmente o palco transformando-o em uma espécie de "máscara" para o texto. Já na sul-coreana Woyzeck, a surpresa visual vem do uso de cadeiras para retratar autoridade e opressão, propondo belas imagens ao som do tango de Piazzolla.

Naquilo que impressiona os olhos, até mais do que os ouvidos, estão os maiores atrativos de dois dos principais espetáculos a compor a programação do 10.º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua, realizado em Belo Horizonte a partir do dia 5 de agosto – e já com ingressos à venda.

Entre brasileiros e estrangeiros, o maior destaque fica mesmo por conta da montagem dirigida por Bob Wilson, encenador na vanguarda do teatro mundial desde a década de 70. Dias Felizes , o primeiro espetáculo dele a ser apresentado em Belo Horizonte, também é um dos carros-chefe do 17.º Porto Alegre Em Cena, festival que começa dia 8 de setembro, na capital gaúcha.

Será a segunda montagem de Bob Wilson vista na capital gaúcha, depois de Quartett, com a atriz Isabelle Huppert, ano passado.

Desta vez, Wilson dirige a italiana Adriana Asti, de 77 anos. Ex-mulher de Bernardo Bertolucci e atriz de filmes de Luchino Visconti, Pasolini, Vittorio De Sica e Luís Buñuel.

Reerguido

Depois de passar por um período crítico no início do ano, o FIT BH se reergueu e conseguiu fechar uma lista de espetáculos consistente. Convidou nomes de peso da cena nacional, como o Teatro Oficina, de José Celso Corrêa (com O Banquete), que há 39 anos não se apresentava na cidade.

O evento bienal se pauta pela pluralidade estética e geográfica. Já para a noite de abertura, traz um espetáculo suíço, Donka, de um grupo inédito no país, o Teatro Sunil. A montagem foi financiada pelo Festival Internacional Chekhov, da Rússia, em celebração aos 150 anos de nascimento do dramaturgo, e incorpora cenas de peças como Tio Vânia na linguagem do teatro-circo.

A crise interna sofrida pelo FIT BH resultou na saída do ex-coordenador geral Carlos Rocha e de dois curadores. Rodrigo Barroso assumiu a coordenação geral e parte da curadoria, ao lado de Lúcia Camargo e Solanda Steckelberg. O festival chegou a ser adiado para 2011, no desejo de evitar os anos pares e, com eles, a concorrência com as eleições e a Copa do Mundo, que obrigava o adiamento do evento de julho para agosto, em plena temporada de verão europeia, dificultando a vinda de espetáculos internacionais, explica Barroso.

A mobilização do setor artístico, porém, foi responsável por fazer com que a Fundação Cultural voltasse atrás e decidisse realizá-lo este ano.

Uma iniciativa interessante desta edição, especialmente para quem observa de fora, é a parceria com uma companhia de turismo municipal, a Belotur, para criar pacotes de viagem voltados a quem deseja acompanhar o festival e circular pela cidade.

Consolidado

Sete edições à frente, o Poa Em Cena colhe os frutos de quase duas décadas de trabalho. A seleção de espetáculos internacionais é o que mais chama a atenção. "Neste momento, o Em Cena consegue falar com todos os grandes diretores e grupos do mundo", diz Luciano Alabarse, curador e coordenador geral. "Temos sólidas relações com o teatro do Mercosul. Praticamente todos os grandes atores e diretores do Uruguai e da Argentina já visitaram Porto Alegre. E os principais da Europa e do mundo: Bob Wilson, Ariane Mno­u­­chkine, Pina Bausch (1940-2009), Peter Brook", cita.

O contato com Bob Wilson se firmou desde que o americano esteve na capital gaúcha para uma palestra em 2008. Voltou em 2009, retorna em 2010 e já promete para 2011 trazer A Última Gravação de Krapp, outra peça escrita por Samuel Beckett.

Até o dia 27 de setembro, contudo, Porto Alegre receberá espetáculos de origens muito diversas, entremeando apresentações teatrais e de dança a algumas opções musicais. A abertura será com o show do francês Goran Bregovic e sua orquestra, autor de trilhas sonoras para filmes de Patrice Chéreau.

A abrangência vale também para o território nacional. Enquanto o Festival de Curitiba deste ano se restringiu, na Mostra Contemporânea, a São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, o evento da capital mais ao sul do país foi buscar mais longe e encontrou espetáculos do Amazonas e do Ceará – como Cantil, baseado na obra de Bertolt Brecht, em que atores são manipulados como bonecos humanos.

"Um festival é o espaço ideal para essa amostragem de espetáculos que talvez não tivessem uma vida comercial em Porto Alegre, mas no festival têm casa cheia. A receita, para mim, está em grandes nomes, grandes trabalhos, pequenos trabalhos e gente desconhecida", diz Alabarse.

Um de seus orgulhos é trazer pela quarta vez o lituano Eimuntas Nekrosius. "É estranho que so­­mente Porto Alegre conheça as peças de um do maiores diretores de teatro do mundo. Seu Hamlet é inesquecível", diz. Este ano, vem com O Idiota, espetáculo de cinco horas e meia, baseado no texto de Fiodor Dostoievski. "As críticas europeias dizem que é luxuoso de tão bem feito e bonito", relata o gaúcho.

Outro orgulho, a presença do ator argentino Federico Luppi, de filmes como Elza e Fred. Ele atua em Por Tu Padre, peça do jornalista e dramaturgo brasileiro Dib Carneiro Neto, a penúltima que Paulo Autran levou ao palco.

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