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Quentin Tarantino Arquivos de um Fanático por Cinema
Paul A. Woods (org). Barba Negra/Leya, 384 págs., R$ 44,90 em média. Fotografia.
"Não quero que meus filmes sejam descartáveis.
Espero que eles durem por centenas de anos. Essa é a grande coisa dos filmes, poder fazer um que os críticos digam que é uma merda, mas, se você fez um bom filme e ninguém viu na época em que saiu, a história será o teste final e você será reconhecido em alguma hora, em cinco anos, dez anos, daqui a vinte e cinco anos, e vai encontrar seu público, se for bom."
Quentin Tarantino, no texto É Cool ser Proibido.
O nome do cineasta Quentin Tarantino virou uma espécie de gênero dentro da sétima arte, que já denomina um estilo próprio e peculiar. Pop, mas nada raso, seus roteiros não-lineares, unidos com muita violência, trilhas sonoras impecáveis e cenas que se tornaram emblemáticas, como a dança de John Travolta, na pele de Vincent Vega, e Uma Thurman, como Mia Wallace, em Pulp Fiction (1994), marcaram uma espécie de revolução das produções independentes no começo dos anos 1990. Quem quiser saber um pouco mais sobre o modo de produção do cineasta e histórias de filmagens de seus longas, deve ler Quentin Tarantino Arquivos de um Fanático por Cinema, de Paul A. Woods, livro reeditado pelas editoras Leya e Barba Negra.
A tradução brasileira, revista e ampliada, traz, além de entrevistas, estudos e textos do próprio Tarantino, compilados por Woods, críticas sobre os trabalhos mais recentes de Tarantino, como Sin City: A Cidade do Pecado (2005) e Bastardos Inglórios (2009), este último o maior sucesso comercial do diretor: a arrecadação chegou a US$ 321 milhões no mundo todo, sendo US$ 38 milhões apenas no primeiro fim de semana nos Estados Unidos. Como bem diz o autor do texto sobre Bastardos, o filme é um daqueles que, se estiver passando na televisão, você parará para assistir, independentemente do que estiver em outros canais. Essa caractrística, aliás, é o maior trunfo do cineasta: é um cinema inteligente, cheio de referências, mas não incompreensível ou cult demais.
Pessoal
O livro não chega a ser uma biografia do cineasta, nem traz informações novas para quem já é fã. A reunião de textos possibilita que o leitor descubra algumas curiosidades sobre ele, que é definido sempre como inquieto, que trabalha sem seguir regras ou fazer anotações. A energia visível de Tarantino, segundo o autor, é tão óbvia que se torna a coisa mais inspiradora para qualquer elenco ou equipe que trabalhe com ele.
Em determinada parte da obra, é possível ver também quais são os melhores filmes de todos os tempos para Quentin Tarantino. No "top 12" está, por exemplo, Taxi Driver (1976) (em 2º Lugar), de Martin Scorsese, de quem o cineasta não esconde a profunda admiração. Mas o primeiro lugar de Tarantino é Onde Começa o Inferno (1959), de Howard Hawks, definido por ele como "o filme mais divertido já feito. Nunca curti tanto passar um tempo com alguém quanto com Dean Martin nesse filme. Eu costumava fazer o papel do Dude no curso de interpretação", revela.
Relembrar cenas e saber de onde vêm as referências de Tarantino certamente vai incitar a vontade de rever vários de seus filmes. Portanto, leia com os DVDs ao lado. GGG
Classificações: GGGGG Excelente. GGGG Muito bom. GGG Bom. GG Regular. G Fraco. 1/2 Intermediário. N/A Não avaliado.
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