Livro
Caminhos do Teatro Ocidental
Barbara Heliodora. Editora Perspectiva, 424 páginas. Lançamento hoje no Solar do Rosário (R. Duque de Caxias, 4), (41) 3222-3260, às 11 horas, a R$ 50. Nas livrarias, venda a R$ 70.
Visuais
Solar do Rosário lança Aquarela no Paraná e A Arte de Romero Britto
Além do livro de Barbara Heliodora, o Solar do Rosário lança neste domingo, às 11 horas, Aquarela no Paraná, e relança A Arte de Romero Britto, de 2003. O primeiro traz trabalhos de 11 artistas, incluindo Guido Viaro, Paul Garfunkel, Fernando Calderari, Maria Ivone Bergamini, Lina Iara Otto, Maria Cristina Zilli e Ana Muller. O preço é de R$ 50.
Na homenagem a Britto, há depoimentos familiares, como o da irmã Roberta, um resumo de seu currículo e mais de 70 obras além do lançamento do livro, haverá uma exposição das obras do artista. O livro custa R$ 100.
"Este livro é realmente apenas uma introdução; cada um dos períodos que o formam mereceria, só ele, vários volumes, quando se pretender fazer um retrato fiel e integral; mas espero que o leitor, com as informações dadas, possa ler as peças com mais prazer por conhecer um pouco mais as condições que levaram àquela dramaturgia específica."
Barbara Heliodora, na apresentação da obra.
Ela divide o papel de dama do teatro brasileiro com nomes como Fernanda Montenegro e Glória Menezes, apesar de ter detestado a única vez que pisou no palco (e foi substituída por ninguém menos que Cacilda Becker). O trabalho como professora, crítica e eminente shakespeariana confere a Barbara Heliodora o destaque nas artes cênicas do país, só reforçado pelo lançamento de Caminhos do Teatro Ocidental, compêndio de 420 páginas que servirá de consulta e introdução às próximas gerações.
"Daqui a pouco vou me aposentar", contou Barbara, de 90 anos, à Gazeta do Povo, por telefone. Sofrendo de dificuldades respiratórias e recém-liberada de seu segundo internamento no ano, ela não virá a Curitiba para o lançamento do livro, a ser realizado neste domingo no Solar do Rosário, às 11 horas. "Mas vou continuar na ativa, assistindo ao que for possível e publicando ensaios", promete a crítica que, até pouco tempo, ia ao teatro no Rio de Janeiro de três a quatro vezes por semana.
Referência no estudo da história do teatro, Barbara explica que o material do livro foi pesquisado ao longo de 20 anos, e que levou quatro anos para redigi-lo. O projeto nasceu em 2009, quando a professora da UFPR e amiga Liana Leão viu as anotações em sua casa, e sugeriu colocar aquilo em ordem para publicar. "Mas eu te conto, ela reescreveu tudo", admira-se Liana, que considera humildade da autora optar por "caminhos" no lugar de "história", no título.
Liana e Claudia Mariza Braga fizeram a revisão de conteúdo. Desde o início, a ideia foi tocada pelas diretoras do Solar do Rosário, Lúcia Casillo Malucelli e Regina Casillo, que inscreveram o projeto na Lei Rouanet. Apesar de ter conseguido alguns apoios e patrocínios, a verba não foi toda arrecadada, e o livro foi levado à prestigiada Editora Perspectiva, que concentra boa parte dos títulos sobre teatro no Brasil.
O editor, Jacob Guinsburg, escreve na contracapa que Barbara, "destemida, jamais pactuou com correntes, ideologias ou obras que não fossem de sua própria opção". Foi como um complemento ao ator Diogo Vilela, que contou no lançamento da obra no Rio de Janeiro, realizado enquanto Barbara estava hospitalizada, que, por muito tempo, tinha medo de se aproximar da crítica para não parecer bajulador. Hoje eles são amigos e colaboradores, assim como boa parte da classe teatral, que venera a "dona Bárbara".
Inédito
Na apresentação do livro, Barbara o dedica àqueles que iniciam uma carreira no teatro e a espectadores curiosos, e, fazendo jus à sua proposta, escreve sempre em linguagem didática. Depois de uma viagem no tempo que transporta da pré-história a meados do século 20 mais uma vez humilde, ela diz faltar objetividade para analisar o contemporâneo a autora traz um inédito relato do teatro na América do Sul, incluindo desde períodos pré-colombianos até autores importantes e recentes de Colômbia, Venezuela, Uruguai, Chile, Argentina, Peru e Bolívia, citando inclusive as influências europeias mais relevantes a cada contexto. "Li as peças e muitos livros; pesquisei muita coisa, para poder dar um panorama amplo."
Uma curiosidade é que a autora resistiu a dedicar espaço desequilibrado ao bardo de sua especialidade, situando Shakespeare no teatro elisabetano, dando-lhe a devida importância, e seguindo em frente.
Lista
Veja os capítulos que integram Caminhos do Teatro Ocidental:
1 "O Começo do Caminho"2 "O Teatro em Roma"3 "Idade Média"4 "O Renascimento na Itália"5 "O Século de Ouro Espanhol"6 "Teatro Inglês: Tudor e Stuart"7 "O Teatro na França: O Absolutismo"8 "O Século XVIII e a Ascensão da Burguesia"9 "O Teatro no Século XIX"10 "O Teatro no Século XX"11 "Américas"12 "O Teatro no Brasil"
Deixe sua opinião